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| Foto José Wivens Mouzinho |
A ingestão de peixes contaminados pela poluição do Rio Poti pode estar associada ao desenvolvimento de câncer e outras doenças graves nos moradores dos distritos de Ibiapaba e Oiticica, no município de Crateús, no Ceará.
É o que indica um estudo da Universidade Federal do Ceará (UFC) de Crateús, em parceria com o Laboratório de Avaliação de Contaminantes Orgânicos (Lacor) do Instituto de Ciências do Mar (Labomar-UFC).
De acordo com a pesquisa, 22% das espécies de peixes coletadas na região apresentaram valores inaceitáveis de risco de câncer (RC), de acordo com critérios da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA).
O relatório também sugere que a ingestão de apenas 150 gramas por dia de filé do animal contaminado pode inferir um alto risco à saúde humana. Além de poluentes com potencial cancerígeno, foram encontrados contaminantes associados a riscos neurológicos e endócrinos em quantidades significativas nos músculos dos peixes coletados.
Segundo o estudo, as espécies que apresentaram altos valores de RC foram branquinha, curimatã, piranha, tucunaré, piau, bodó e cangati, sendo as três últimas as que indicaram as taxas mais elevadas.
A pesquisa foi iniciada em agosto de 2024, após moradores do distrito de Ibiapaba relatarem encontrar, em 2023, peixes com olhos aparentemente inflamados e “esbugalhados”.
Os resultados aqui informados foram apresentados no trabalho de conclusão de curso da discente Ana Clara Rosendo Sousa, natural de Crateús e hoje Engenheira Ambiental e Sanitarista formada pela UFC.
Apesar do alerta, a coordenadora do Núcleo Integrado de Pesquisa e Inovação (NIPI) da UFC em Crateús e orientadora do trabalho, Janaina Lopes Leitinho, esclarece que a alimentação não constitui, obrigatoriamente, fator determinante para a incidência de câncer na região, uma vez que a doença pode ser causada por diferentes fatores.
Com informações do Diário do Nordeste.

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