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sábado, 15 de fevereiro de 2025

Estudante do interior do Ceará que passou em medicina em 2013 aos 14 anos fez transição de gênero e hoje estuda direito

Foto Arte g1
Na vida da médica Tatiane Galdino, de 27 anos, muita coisa aconteceu bem cedo. As primeiras aulas na universidade começaram quando ela tinha 15 anos. O diploma de medicina chegou aos 20 anos. Após problemas na saúde mental pelo ritmo intenso, agora, ela busca se conhecer melhor como uma mulher trans, cursa direito e sonha em se tornar professora.

Tudo começou quando ela fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com 14 anos, quando ainda era identificada como homem cisgênero. O Enem apenas um teste, pois era aluna do 1º ano do ensino médio. No entanto, conseguiu uma pontuação suficiente para ser aprovada em medicina no campus de Sobral da Universidade Federal do Ceará (UFC).

A surpresa pelo bom resultado foi seguida da decisão de tentar ingressar na faculdade. Com medida judicial, ela obteve um parecer favorável do Conselho Estadual de Educação para “pular” o 2º e o 3º ano. À época, a jovem recebeu o diploma do Ensino Médio após fazer uma prova para demonstrar que dominava os conteúdos previstos para o período.

No edital do Enem, os "treineiros" são os participantes que vão concluir o ensino médio após o ano letivo correspondente à prova ou que não estejam cursando ou não concluíram o ensino médio. Estão submetidos às mesmas regras que os demais. No entanto, os resultados deles são divulgados 60 dias depois em relação aos demais candidatos e devem ter apenas o objetivo de autoavaliação. Desta forma, não podem ser utilizados para ingresso na graduação.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece que o ensino superior abrange cursos abertos a candidatos que tenham "concluído o ensino médio ou equivalente". Na última década, estudantes que ficaram entre os aprovados em cursos de graduação antes de terminar o Ensino Médio conseguiram garantir vagas nas faculdades por meio de ações na Justiça.

Tatiane entrou na graduação em 2013, sendo bem mais jovem que os colegas de turma, que tinham, em média, de 26 a 28 anos. Olhando para trás, ela considera que não tinha inteligência emocional para o que passou a vivenciar nos seis anos de faculdade.

“Hoje eu vejo que não foi uma coisa saudável, não foi uma coisa benéfica. É particularmente enlouquecedor quando você começa a lidar com questões que, pra um adolescente, são muito pesadas. Como morte, cuidados paliativos, decisões de vida ou morte… Eu preenchi a primeira declaração de óbito com 17 anos, então é uma coisa muito densa”, relata Tatiane ao g1.

Com informações do G1 Ceará.

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