Foto Thiago Gadelha |
Daqui a quase cinco décadas, em 2070, 40% da população do Ceará deve ser composta por pessoas de 60 anos de idade ou mais, chegando a quase 3,4 milhões de cidadãos. Nesse cenário, a cada cinco pessoas, duas serão idosas. Em 2022, quando foi feito o último Censo Demográfico, essa faixa etária representava 14,7% dos residentes do Estado. A projeção, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi divulgada na última quinta-feira (22).
O envelhecimento populacional já tinha sido mostrado pelo Instituto em 2023, quando foi apresentada a mudança ao longo dos 12 anos que separaram dos dois últimos censos demográficos, de 2010 e 2022. Naquele momento, o Diário do Nordeste noticiou que a população mais idosa do Estado está concentrada no Centro-Sul, especialmente na região dos Sertões.
Segundo os dados mais recentes do IBGE, no ano 2000, pessoas com 60 anos ou mais no Ceará representavam 9,2% da população. Essa proporção deve dobrar em 2031, quando a projeção aponta 18,5% de idosos entre os residentes no Estado; triplicar em 2047 (27,9%), e quadruplicar em 2063 (37%). Confira, abaixo, um gráfico que ilustra a mudança na proporção de cada faixa etária.
A médica geriatra Manuela Castro Sales, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), aponta que o envelhecimento populacional é um fenômeno que vem ocorrendo no País ao longo dos últimos 50 anos. Como fatores que influenciam nessa mudança, ela indica ganhos na questão hidrosanitária, melhorias no controle de doenças crônicas e aumento da longevidade da população associados à redução da taxa de natalidade.
Esse fenômeno, de acordo com professora, vem ocorrendo, no Brasil, de forma mais acelerada do que nos países de desenvolvimento e o estado ainda não conseguiu se preparar para esse desafio, em nenhum dos níveis de governo. "Nós precisamos com urgência acelerar as políticas públicas de saúde para atender essa população, que é cada vez maior e está crescendo de forma alarmante", defende.
Com informações do Diário do Nordeste.
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