A médica intensivista cearense Geórgia Oliveira se emocionou ao gravar uma mensagem de apelo para que a população de Fortaleza obedeça ao isolamento social e fique em casa. Ela gravou uma mensagem divulgada pela Secretaria da Saúde do Ceará nesta sexta-feira (5), data em que começou um novo decreto na capital cearense determinando o fechamento de todas as atividades não essenciais.
"Não seja o paciente pedindo para não morrer", disse Geórgia, em um trecho da mensagem.
"Queria fazer um apelo a vocês, que a sociedade possa entender que essa 'gripizinha' já levou o amor de muita gente embora e que a dor que eles sofreram nós também sofremos. Dói muito quando a gente vê o pai e a mãe e o avô não poderem ter um enterro digno, não ter o final digno que ele precisa. E não poder também ter a companhia do familiar."
A médica cita ainda que cresceu principalmente a internação de pacientes mais jovens, diferente do cenário ocorrido em 2020, quando os idosos eram a maior parte dos pacientes.
"Cada vez mais a gente tem visto os jovens, na faixa etária entre 25 e 45 anos, nas nossas UTIs, o padrão mudou totalmente. A doença mutacionou, a doença não estabilizou como todo mundo achou e agora está afetando cada vez mais jovens."
Mais mortes e menos UTI
As mortes por Covid-19 crescem no Ceará desde dezembro de 2020. Conforme o secretário da Saúde do Ceará, os novos casos da doença ocorrerem em todas as regiões do estado, ao contrário da evolução da primeira onda da doença, em 2020, quando os surtos ocorriam em regiões em datas diferentes.
Além do aumento das mortes, há poucos de leitos de UTI disponíveis no estado. Cinco hospitais públicos estão com 100% dos leitos para pacientes em estado grave lotados.
A crise sanitária afeta também a rede privada. Em média, os hospitais do Ceará estão com 91% dos leitos de UTI ocupados.
Informação G1
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