João Maurício Correia Passos foi preso e indiciado por homicídio - Além das 10 multas em abertos por dirigir acima da velocidade permitida, oficial do Corpo de Bombeiros também tem outras 4 infrações não pagas por conduzir com a habilitação suspensa
O capitão do Corpo de Bombeiros do Rio João Maurício Correia Passos, preso por atropelar e matar um ciclista na manhã da última segunda-feira (11), tem 19 multas de trânsito vencidas (não pagas).
Do total de infrações, dez são por dirigir acima do limite de velocidade, quatro por conduzir com a habilitação suspensa e as outras cinco por outros tipos de infração, como estacionamento irregular.
Quando atropelou o ciclista Cláudio Leite da Silva, de 57 anos, testemunhas disseram que o carro dirigido por João Passos estava em alta velocidade. Cláudio morreu na hora.
O oficial ainda tentou fugir do local do atropelamento, que aconteceu no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.
Pedido de prisão preventiva - Em um relatório de 30 de dezembro, a Polícia Civil chegou a pedir a prisão preventiva do capitão. Na época, João Maurício foi indiciado por lesão corporal, ameaça e enquadrado na Lei Maria da Penha.
O documento traz o relato do pai do bombeiro, assim como um perfil do oficial. São citadas como características dele" agressivo, alcoolatra e viciado em drogas.
No dia 5 de janeiro deste ano, a mulher de Passos foi à delegacia e afirmou à polícia ter ficado paraplégica depois de um acidente de trânsito causado pelo marido. Segundo ela, na ocasião o oficial estava alcoolizado.
Ela também contou que era agredida frequentemente dentro de casa. Inclusive, o caso mais recente teria ocorrido no mesmo dia da denúncia.
Indiciado por atropelamento - Na tarde de segunda-feira, a 42ª DP (Recreio), que investiga o caso, indiciou o oficial dos Bombeiros por homicídio com dolo eventual (assumindo o risco de matar), fuga do local e embriaguez ao volante.
A polícia analisou vídeos gravados em um posto de gasolina, onde o capitão parou e bebeu antes do acidente. Em um deles, gravado por câmeras de segurança, Passos aparece comprando cerveja na loja de conveniência.
Em outro momento, ele conversa com um homem e dança, aparentemente alcoolizado. A imagem mostra ele com duas garrafas de bebida – uma de vodca e outra de uísque – e um copo, que ele enche com a vodca e, em seguida, bebe.
Segundo os investigadores, a cena foi cerca de uma hora antes do atropelamento. Após o acidente, o carro ficou com a lataria destruída. Dentro, a polícia encontrou uma garrafa de uísque.
Fuga para casa de amigo - O capitão fugiu pra casa de um amigo mas foi encontrado e preso. Na delegacia, Passos contou que não se lembra se dirigia em alta velocidade. Disse apenas que comprou um energético antes do acidente.
O capitão disse que fugiu "porque teve medo de ser linchado". Imagens da hora do atropelamento, entretanto, mostram que o local estava deserto no momento do acidente.
Ele foi levado ao Instituto Médico Legal e fez exame de alcoolemia. Se for comprovado que estava bêbado, o oficial pode ser condenado a até 23 anos de prisão.
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