sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Rússia escala guerra e lança míssil balístico intercontinental com capacidade nuclear contra a Ucrânia


A Rússia disparou nesta quinta-feira (21) um míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia, marcando a primeira utilização de um armamento desse porte na guerra iniciada em 2022. A informação foi divulgada pela Força Aérea ucraniana. O míssil, de longo alcance e com capacidade nuclear, foi lançado da região de Astrakhan, no sul da Rússia, e teve como alvo a cidade de Dnipro, no centro-leste ucraniano, localizada a cerca de mil quilômetros de distância.

De acordo com as autoridades militares da Ucrânia, o ataque foi direcionado a empresas e infraestrutura crítica em Dnipro. Até o momento, não há informações sobre o impacto exato ou danos causados pelo projétil.

Os mísseis balísticos intercontinentais, capazes de percorrer distâncias superiores a 5.600 quilômetros e equipados com ogivas nucleares, são exclusivos de potências como Estados Unidos, Rússia e China, segundo a enciclopédia Britannica.

O lançamento ocorre em meio a uma resposta da Rússia à recente utilização, por parte da Ucrânia, de mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido. Na última semana, os mísseis ATACMS e Storm Shadow foram usados pelas forças ucranianas para atingir alvos dentro do território russo, uma ação que Moscou havia classificado como uma significativa escalada no conflito.

Além do míssil balístico, o Exército ucraniano relatou que suas defesas aéreas derrubaram seis mísseis de cruzeiro Kh-101 disparados durante o ataque desta quinta. Por outro lado, o Ministério da Defesa russo afirmou ter interceptado dois mísseis Storm Shadow nos últimos dias.

Até o momento, o Kremlin não se pronunciou oficialmente sobre o lançamento do míssil intercontinental. Questionado, o porta-voz Dmitri Peskov limitou-se a dizer que “não há nada a declarar”.

Nos últimos dias, a guerra na Ucrânia assumiu contornos mais amplos, com relatos da chegada de tropas norte-coreanas em apoio à Rússia. Segundo autoridades dos Estados Unidos, essa movimentação motivou a mudança na política norte-americana para fornecer armamentos de longo alcance a Kiev, o que elevou as tensões entre Washington e Moscou.

Em resposta, na terça-feira (19), o presidente Vladimir Putin anunciou uma flexibilização nos parâmetros para o uso do arsenal nuclear russo. A nova doutrina permite que Moscou recorra a armas nucleares até mesmo diante de um ataque convencional ao território russo, caso a ofensiva seja conduzida por uma nação apoiada por uma potência nuclear, como os Estados Unidos.

(Gazeta Brasil)

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