Ao todo, sete bacias hidrográficas estão com mais água acumulada do que na mesma data do ano passado
Castanhão registra maior índice desde 2013
A cerca de duas semanas do início da pré-estação de chuvas, os reservatórios hídricos do Ceará estão com o maior volume de água acumulado dos últimos 12 anos. De acordo com dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o Estado armazenava 46,65% do volume total durante a última terça-feira (12), marca que não era atingida na data desde 2012, quando 50.86% da reserva estava disponível. Em números absolutos, os níveis de água no Estado alcançaram os 8.608,8 hectômetros cúbicos (hm3), quase 1000 hm3 a mais do que os 7.656 hm3 anotados em 2023. A capacidade máxima do sistema hídrico cearense é de 18.517,2 hm3.
O recorde na quantidade de água presente nos reservatórios é fruto do incremento em diversas regiões do Ceará. Das 12 bacias hidrográficas espalhadas pelo Estado, sete estão com mais volume acumulado este ano do que em novembro de 2023.
Passados mais de cinco meses da alta estação chuvosa, que ocorre entre os meses de fevereiro e maio, apenas o açude Caldeirões, que comporta pouco mais de 1 hectômetro cúbico (hm3), está sangrando. A “exclusividade” do reservatório do município de Saboeiro exemplifica o contraste entre os períodos de alta e baixa estação de chuvas no Estado, já que em abril deste ano, durante o ápice da quadra chuvosa, o Ceará teve 72 açudes transbordando simultaneamente.
Dados coletados junto à Cogerh na última quinta-feira (14), indicam que quatro reservatórios estão com volume acima dos 90%, sendo o maior deles o açude Pacajus, em Chorozinho. Outros 33 estão abaixo dos 30% da capacidade máxima. À mesma época do ano passado, nenhuma açude estava transbordando no Ceará. Dos 33 açudes em nível abaixo do desejado no Ceará este ano, cinco estão nos Sertões de Crateús, bacia com a menor porcentagem de armazenamento em todo o Ceará.
Principais açudes do Estado registram recorde - Em meio a esta série de aumentos, dois dos principais açudes do Estado, Castanhão, em Alto Santo, e Orós, no município de mesmo nome, também registraram recorde de volume em novembro de 2024. Responsáveis por mais de um terço do abastecimento do Estado, os dois representam, em novembro de 2024, 37% da água acumulada em todo o Ceará.
Maior açude da América Latina, o Castanhão observou a marca de 29,73%, melhor índice desde 2013, quando o reservatório acumulava 43% do armazenamento completo. Já o Orós, segundo em capacidade no Estado, acumula 62,54%, recorde desde 2012. Devido ao expressivo tamanho, os reservatórios acarretaram no aumento também de suas respectivas bacias, do Médio (Castanhão) e Alto Jaguaribe (Orós). Entre os principais motivos para os altos volumes recebidos pelos dois reservatórios está o bom inverno deste ano no Ceará, que superou em 25% o nível normal de precipitações no Estado durante o quadrimestre entre fevereiro e maio.
Cenário é bom, mas não remove importância da quadra chuvosa. Apesar do bom cenário vivido pelo Ceará no final deste 2024, a quadra chuvosa de 2025 ainda é de suma importância para os reservatórios da Terra da Luz. Em um Estado que já conviveu com diversas secas, a maioria delas plurianuais, o aporte de águas nunca deixa de ser bem-vindo, já que pode ser utilizado em eventuais períodos de escassez.
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