quarta-feira, 1 de maio de 2024

Estudante do Ceará que passou em Medicina em Alagoas convive com doença rara

Isadora Cristina Pinheiro, de 17 anos, estava dentro de um carro de aplicativo a caminho do ensaio da formatura quando saiu o resultado do Sistema de Seleção Unificado (Sisu). Sem esperanças de que poderia passar, ela não queria verificar a própria página, mas, encorajada pelos colegas, descobriu: foi aprovada para cursar Medicina na Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Logo ela, que nunca viajou para fora do Ceará. Logo ela, estudante de escola pública a vida toda. Logo ela, filha única com uma rara doença que acomete os ossos. Era ela: a primeira aluna aprovada em Medicina da Escola Estadual de Ensino Médio Dr. César Cals, no bairro Farias Brito, em Fortaleza.

Foi uma explosão de alegria com os amigos. No ensaio, a notícia foi compartilhada com os professores da escola. Isadora também fez a mãe, Isabel Cristina, chorar de alegria. O pai, Júnior Rodrigues, por chamada de vídeo, mal teve reação. Retornou minutos depois, cheio de lágrimas nos olhos - assim como o dono do cursinho preparatório para quem ela ligou, logo em seguida.

Tempos depois, a alegria inicial deu lugar a uma preocupação. Há cerca de uma semana, ela recebeu a notícia de que foi convocada para cursar o 1º semestre presencialmente. A matrícula pode ser online, mas agora ela e a família correm contra o tempo para angariar fundos e se mudarem todos - a jovem, os pais e a avó - para Maceió, capital alagoana.

A dedicação de Isadora nos estudos tem motivo: após se formar, quer retornar a Fortaleza e ser médica no Instituto Dr. José Frota (IJF), referência em traumatologia. E não qualquer médica. Desde criança, quer ser ortopedista. Para isso, sabe que vai se deparar com muitos acidentes e malformações do corpo, mas garante que não tem medo. “Eu tenho é mais vontade”, revela.

Isadora, aliás, convive desde criança com uma doença rara e hereditária, a osteocondromatose múltipla, que provoca tumores ósseos e gera muitas dores, por vezes, incapacitantes.

"Foi um problema no ano passado porque tinham momentos que eu não aguentava nem andar, indo para o colégio ou voltando do curso, e tinha que tomar muitos remédios para as dores. Precisava parar, deitar e descansar, senão não aguentava”, confessa.

Com informações do Diário do Nordeste .

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