terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Água-viva imortal pode ser a chave para a longevidade humana, apontam cientistas


Nova série da BBC mostra pesquisa focada em colágeno, uma proteína que ajuda na cicatrização e dá elasticidade à pele, mas que poderá ser aplicada em outras partes do corpo.

Água-viva imortal pode ser a chave para a longevidade humana, apontam cientistas

A solução para quem sonha em voltar no tempo e conseguir ter mais longevidade pode estar no fundo do mar. A nova série da BBC “Senhora Juventude” explora as pesquisas mais recentes sobre o tema e uma vertente aponta que um ser quase microscópico pode abrir caminhos revolucionário para reprogramação de células envelhecidas.

“A água-viva imortal é capaz de reverter o seu ciclo de vida como se uma borboleta voltasse para dentro do casulo quando quisesse”, explica o biólogo da Universidade de Salento, na Itália, Stefano Piraino.

Assim como outras espécies de água-viva, a turritopsis começa a vida como um cogumelo fininho que vive preso às pedras. Os pólipos se desenvolvem e dão origem a um outro estágio da vida, com essa forma de guarda-chuva, comum a todas as águas-vivas.

“Submetida ao estresse, a água-viva encolhe. Os tentáculos se reduzem e ela vira um bolinho de célula, que vai se transformar em um pólipo de novo”, explica o biólogo.

Quando as condições ao redor se acalmam, o pólipo vira adulto outra vez e isso pode ser feito várias vezes. De acordo com Stefano, é a única espécie do reino animal capaz de fazer isso.

Na universidade de Cambridge, há estudos para adaptar essa capacidade da turritopsis para as células da pele humana. Ou seja, seria possível rejuvenescer a aparência.

Cientistas estudam água-viva que pode trazer respostas sobre longevidade aos humanos. — Foto: TV Globo/Reprodução

“Quando a gente envelhece, a gente ganha rugas. O cabelo fica branco… Isso parece irreversível e a gente começou a se perguntar se dava para fazer o relógio andar para trás. A resposta é sim”, diz o geneticista do Abraham Institute da Universidade Cambridge, Wolf Freik.

A pesquisa está focada em colágeno, uma proteína que ajuda na cicatrização e dá elasticidade à pele.

Um tratamento que reprograma trechos de DNA responsáveis pela produção de colágeno ainda está em fase de testes, mas o professor diz estar confiante com o potencial da descoberta.

“Não vai parar na pele. Há outras células que podem se beneficiar desse processo. A gente vai poder tratar diabetes, coração e cérebro”, diz.

(O GLOBO)

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