sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Wellington Macedo, condenado por tentar explodir bomba em Brasília, diz que deu carona a envolvido

Blogueiro Wellington Macedo de Souza disse à CPI nesta quinta-feira que não conhecia Alan Diego e George Washington.

O blogueiro Wellington Macedo de Souza, condenado a seis anos de prisão por tentar explodir uma bomba nos arredores do aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022, disse que não conhecia George Washington e Alan Diego, outros dois condenados por envolvimento no planejamento do atentado à bomba. Segundo ele, no entanto, em 24 de dezembro do ano passado, Alan Diego ligou pedindo uma carona para chegar ao aeroporto.

"Chegando lá [aeroporto] ele não queria descer. Pediu para eu ir para Taguatinga Sul. A gente foi para o aeroporto cerca de três vezes", disse em depoimento à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal que investiga os atos extremistas.

Segundo Macedo, Alan colocou um artefato no para-lama do caminhão e disse para ele não parar mais o carro: "Pode seguir. Vou explodir o caminhão", teria dito Alan.

O blogueiro diz que entrou em pânico. "[Fiquei] em desespero, porque ainda tinha uma mochila no banco traseiro. Falei: 'Como você faz isso comigo? Estou com uma tornozeleira eletrônica'. Disse que todo o percurso que foi feito estava registrado [na polícia]", conta.

Macedo declarou que pediu inúmeras vezes a Alan que descesse e pedisse um carro de aplicativo, mas ele se negava. "Ele estava com uma mochila, sacola de feira e sombrinha. Eu não vi o que tinha dentro. Quando voltamos para o aeroporto [pela terceira vez], ele pediu para estacionar perto do caminhão e lá tirou a caixa com o artefato e colocou no para-lama [do caminhão]", afirmou.

Ele acrescentou que Alan Diego estava com um controle, "como de ar-condicionado", e que tinha medo de ele acionar o dispositivo e explodir o caminhão ou o próprio carro em que estavam. À CPI, o blogueiro afirmou ser "vítima de uma trama diabólica de dois homens [Alan e George] que não conhecia".


Fuga para o Paraguai

Macedo declarou que rompeu a tornozeleira eletrônica que usava havia cerca de dois anos por medo de ameaças de morte. Ele afirmou ser jornalista investigativo e que a presença em acampamentos em frente aos quartéis-generais do Exército tinha apenas "cunho profissional".

O blogueiro estava foragido desde janeiro e foi preso no Paraguai, no último dia 14. Questionado se teria recebido ajuda para a fuga, Macedo disse que ia permanecer em silêncio, mas afirmou não ter tido auxílio de nenhum parlamentar.

Ele já prestou depoimento à CPI do 8 de Janeiro, no Congresso Nacional, mas decidiu ficar em silêncio. Em pronunciamento inicial, o blogueiro disse que aceitaria colaborar com a comissão em uma nova convocação, caso a defesa tivesse acesso às investigações das quais ele é alvo. Em seguida, recusou-se a responder aos questionamentos dos parlamentares.

Os outros dois envolvidos, George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, estão presos e foram condenados em segunda instância pela Justiça do Distrito Federal.

Fonte: R7

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