Fofo Thais Mesquita |
Comprar um cartão ou fichas de crédito para conseguir ligar para alguém. Esperar em uma fila no meio de uma praça para usar o telefone público. Ter como “número pessoal” o aparelho mais próximo da residência, que era dividido com uma rua inteira. Era assim que diversos brasileiros conseguiam se comunicar rapidamente há algumas décadas: por meio dos orelhões. Com a popularização dos celulares e smartphones, os telefones que um dia foram essenciais, hoje passam despercebidos.
No Ceará, em 2012, 42.417 orelhões estavam espalhados pelos municípios. Uma década depois, em 2022, apenas 7.252 aparelhos ainda estão instalados, segundo dados do Sistema de Gestão das Metas de Universalização, da Agência Nacional de Telecomunicações. A redução na quantidade de telefones públicos foi de 82,9%. Isso significa que aproximadamente a cada seis orelhões existentes em 2012, apenas um sobreviveu ao tempo.
Desses orelhões instalados, muitos não funcionam mais. Segundo a plataforma Fique Ligado, da Anatel, só 35% dos quase 900 telefones de Fortaleza ainda funcionam. Na Praça das Flores, em Fortaleza, do orelhão que um dia serviu como telefone da banca da comerciante Jaqueline Lima, 37, só restam a carcaça e os fios. “Não sei se foi a noite, só sei que quando a gente olhou já não estava mais”, lembra Jaqueline. Ela lembra da época em que era preciso esperar na fila para usar o aparelho.
Segundo a comerciante, ainda há pessoas que procuram o telefone e se frustram quando não encontram o orelhão funcionando. Para Jaqueline, era melhor que ele fosse retirado do local. “Não tem mais função. Se funcionasse, era bom para usar numa emergência, se o celular descarrega”, opina.
Com informações do O Povo.
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