A Covid-19 fez com que a Razão de Mortalidade Materna no Ceará saísse de um patamar, em 2019, de 58 mortes de gestantes e puérperas a cada 100 mil nascidos vivos, para 96 mortes em 2020, uma elevação de 65%. O registro de 2019, pré-pandêmico, foi o menor da última década no Estado.
No acumulado entre 2020 e 2021, até a última quinta-feira (27), segundo o IntegraSUS, plataforma da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) que monitora a pandemia, 49 mulheres, sendo 24 grávidas e 25 puérperas, perderam a vida em decorrência de complicações causadas pela infecção. A maioria depois de passar de dez a 13 dias, em média, internada.
Segundo a obstetra Liduína Rocha, presidente do Comitê Estadual de Prevenção ao Óbito Materno, Fetal e Infantil da Sesa e integrante do Coletivo Rebento de Médicos em Defesa da Vida, da Ciência e do SUS, as principais causas de morte materna antes da pandemia de Covid-19 eram diretamente ligadas à gestação.
"No Brasil, as principais causas são hipertensão induzida pela gravidez, que a gente chama de ‘pré-eclâmpsia’, hemorragia pós-parto e infecções. Pela primeira vez na série histórica estamos com uma causa indireta [Covid-19]” como principal fator de risco. É a primeira vez que a gente retrocede tanto”, disse.
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