segunda-feira, 29 de março de 2021

Policiais penais somam quase 800 casos de Covid-19 e pedem prioridade na vacinação


Categoria articula entrada na próxima fase da imunização no Ceará, seguindo o calendário nacional do Governo.

Marcelo Linhares Aragão (45) foi um dos cinco policiais penais que morreram no Ceará, vítima do novo coronavírus. A morte foi comunicada pela Secretaria de Administração Penal (SAP) no último sábado (27). O agente de segurança faz parte de um grupo com, pelo menos, 783 registros da doença confirmados. Como o serviço é essencial, eles continuam trabalhando desde o início da pandemia, preocupando o sindicato representante da categoria, que busca incorporar os policiais penais na próxima etapa da campanha de vacinação no Estado.

“São Paulo e Espírito Santo já confirmaram a vacina para a segurança pública na próxima etapa, mas a gente precisa antecipar aqui no Ceará. A gente tá nessa busca por essa prioridade. Não podemos parar, somos um serviço essencial. Fazemos escoltas até nos hospitais, ficamos expostos a esse vírus. Por causa disso, a gente quer pedir ao governo que antecipe essas vacinas”, solicita Joélia Silveira, presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Ceará (Sindppen-CE).

De acordo com a tabela da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), os policiais penais e demais trabalhadores do sistema, além das pessoas com privação da liberdade, devem ser vacinadas apenas na quarta etapa da campanha, ainda sem previsão para ser iniciada.

Ainda em fevereiro, Joélia protocolou um pedido de prioridade para a categoria, como fizeram outras entidades trabalhistas no Ceará. “A infecção pelo vírus dentro das unidades pode ser desastrosa e não podemos perder mais colegas de farda, temos que resguardar a saúde dos policiais penais, além da nossa preocupação com o baixo efetivo”, declarou.

O sistema prisional acumula mais de 2.403 casos de Covid-19. A maioria dos diagnósticos positivos estão entre os internos, que já somam mais de 1.620 registros. Os policiais penais aparecem em seguida no total de trabalhadores atingidos. Para reduzir a crise, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) optou pela proibição de visitas. A comunicação entre presos e seus familiares, neste momento, só pode ser feita por meio de cartas.

“Nesse mês, nós do Sindicato [Sindppen] visitamos algumas unidades. Em cada unidade, nós temos em torno de dez atestados e licenças por Covid”, desabafa Joélia Silveira, sobre a situação crítica nos presídios. “No dia nove de março, no plantão, haviam faltado mais de dez pessoas, doze somente com Covid, além de mais sete licenças. Ficou um efetivo baixíssimo na unidade, tendo a SAP que cobrir com extra e outros profissionais de outras unidades. É essa a nossa situação e a gente está correndo contra o tempo para conseguir vacina”, revela.

A disputa para avançar na fila se fortaleceu a partir de 23 de março, quando André Mendonça, titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública, encaminhou um protocolo ao Ministério da Saúde, demandando a inclusão das forças de segurança nas primeiras fases da vacinação. A medida foi encorajada pelas entidades trabalhistas do país. “É um trabalho essencial, é nosso, mas a gente tem que se resguardar o máximo possível”, finaliza a presidente.

(GCMAIS)

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