A Polícia Federal prendeu, neste sábado (28/11), em Portugal, um suspeito pelo ataque hacker realizado contra o sistema do Tribunal Superior Eleitoral por conta das eleições do último dia 15. Ele teria participado do acesso e divulgação ilegal de informações de servidores públicos.
Segundo a PF, o inquérito aponta que um grupo de hackers brasileiros e portugueses, liderados por um cidadão português, foi responsável pelos ataques.
Na Europa, foi cumprido um mandado de prisão e um mandado de busca e apreensão. No Brasil, outros três mandados de busca e apreensão e três medidas cautelares de proibição de contato entre investigados nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
A PF apura o acesso ilegal aos dados de servidores públicos divulgados no dia do primeiro turno das eleições municipais, além de outras atividades criminosas do grupo.
Os crimes apurados no inquérito policial são os de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa, ambos previstos no Código Penal; além de outros previstos no Código Eleitoral e na Lei das Eleições (9.504/97).
O ataque e os problemas
Inicialmente, a corte foi alvo de ataque massivo oriundo de usuários no Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia, com tentativa de derrubar o sistema do TSE pelo excesso de conexões simultâneas — em determinado momento, chegou a 436 mil conexões por segundo.
Simultaneamente, foram vazados dados de funcionários de ministros aposentados do TSE. O acesso se deu em data anterior e reuniu dados referentes ao período entre 2001 e 2010.
"Ao mesmo tempo em que foram vazados os dados, milícias digitais entraram em ação tentando desacreditar o sistema. Há suspeita de articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura e muitos são investigados pelo STF", apontou o ministro Barroso.
Os ataques hackers não foram a causa dos problemas técnicos enfrentados pelo TSE na apuração do resultado, no entanto. Esses foram causados pelo supercomputador contratado pelo TSE para fazer a totalização dos votos.
Pela primeira vez, esse processo foi centralizado, sob sugestão da Polícia Federal, justamente para reduzir o risco de ataques virtuais. Houve lentidão e travamento do sistema, o que levou a um atraso de 2h30min em relação à previsão inicial de divulgação dos resultados.
Fonte: Conjur
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