domingo, 22 de setembro de 2019

Jovem diz ter sido estuprada por policial em delegacia - 'Me obrigou a tocá-lo'

Vendedora de 23 anos afirma que teria ido registrar boletim de ocorrência para desbloquear o celular, quando foi chamada para dentro de uma sala na Delegacia Sede de Guarujá

Jovem relata que policial a chamou para uma sala dentro da delegacia e chegou a passar a mãe nela em Guarujá, SP — Foto: Arquivo pessoal
Jovem relata que policial a chamou para uma sala dentro da delegacia e chegou a passar a mãe nela em Guarujá

Uma vendedora de 23 anos acusa um policial civil de assedia-la dentro de uma delegacia em Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo a jovem, ela compareceu ao distrito para notificar o encontro do seu celular, que estava perdido, e desbloquear o aparelho. O policial teria acessado fotos íntimas da vítima sem permissão e a obrigou a tocá-lo. O caso é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil.
A vendedora relatou que havia perdido o celular em uma festa em maio deste ano, registrando boletim de ocorrência para bloqueá-lo. No dia seguinte, conseguiu recuperar o aparelho e compareceu na Delegacia Sede de Guarujá para solicitar o desbloqueio.
No local, teria sido atendida por um policial e relatado o ocorrido. Conforme conta, o agente pediu que ela colocasse a senha no celular e o entregasse. "Ele entrou com o meu celular em uma sala, demorou alguns minutos e voltou, me chamando para entrar na sala".
A jovem relata que dentro do ambiente o policial afirmou que tinha acessado a galeria de imagens dela e visto suas fotos íntimas. "Ele olhou algo pessoal sem a minha permissão. Me mostrou que olhou e começou a perguntar se eu aguentava ele, se eu queria prová-lo, fez eu passar a mão nele, isso tudo dentro da delegacia e eu fiquei sem reação".

Vendedora registrou boletim de ocorrência contra policial em Guarujá, SP — Foto: Arquivo pessoal 
Vendedora registrou boletim de ocorrência contra policial em Guarujá

O agente teria dito a ela palavras obscenas. "Eu pedia o celular e ele não devolvia. Falava coisas bem absurdas. Em um dos momentos, ele levou a minha mão até o pênis dele e falou: 'olha como está duro'. Fiquei assustada e quando consegui pegar o celular e sair, ele ainda passou a mão em mim. Eu acho que um cara desse jamais deveria estar em uma posição de policial. Em uma delegacia onde vamos atrás de segurança, da preservação dos nossos direitos, e acontecer algo assim, é muito complicado".

Denúncia - A vendedora conta que saiu da delegacia abalada e chorando. Ao parar em um ponto de ônibus próximo ao local, encontrou uma amiga que a incentivou a relatar o ocorrido ao delegado.
"Foi quando voltei e registrei um boletim sobre o caso. Após dois meses ele me retornou afirmando que o caso era sério e enviaria à Corregedoria. Mas o caso foi silenciado. Até que, mês passado, depois de eu tanto insistir, eles verificaram e me comunicaram da primeira audiência. Acho que estavam tentando abafar o caso".
Ela conta que o celular foi entregue para perícia e que o policial nega os fatos. "Eu não calei e não vou me calar. Claro que estou com medo, mas quando policiais fazem isso com nós mulheres, não podemos nos calar, temos que ter coragem e encarar. Porque o jeito que ele agiu comigo foi totalmente natural, como se ele estivesse na sala da casa dele e eu não conseguia sair lá de dentro".
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirma que a denúncia foi registrada pela Delegacia Sede do Guarujá e encaminhada à 6ª Corregedoria Auxiliar de Santos, que apura todas as circunstâncias relacionadas aos fatos.

 Crime teria ocorrido na Delegacia Sede de Guarujá (SP) — Foto: Solange Freitas/G1
Crime teria ocorrido na Delegacia Sede de Guarujá (SP)

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