segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Secretário de Estado dos EUA diz que "dias de Maduro estão contados"

Mike Pompeo afirma que mais sanções poderão ser adotadas contra governo venezuelano.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos tomarão mais medidas para pressionar Nicolás Maduro, depois que tropas leais ao presidente venezuelano impediram, no sábado, a entrada no país da ajuda doada pelos Estados Unidos e o Brasil.

— Há mais sanções a serem tomadas. Há mais ajuda humanitária, acho, que podemos fornecer — disse Pompeo em entrevista ao canal americano CNN, neste domingo. — Acho que encontraremos outras maneiras de garantir que a comida chegue às pessoas que precisam.

Ele não quis afirmar quando acredita que a operação para provocar a queda de Maduro vai ter sucesso:

— As previsões são difíceis. Apontar os dias exatos é difícil — declarou Pompeo na CNN. — Acredito que o povo venezuelano vai garantir que os dias de Maduro estejam contados.

Data marcada pela oposição para o início da operação de entrada de ajuda internacional,o dia "D" da Venezuela acabou frustrado pelo fechamento das fronteiras pelos militares leais ao governo de Nicolás Maduro. Os caminhões da ajuda internacional entraram em solo venezuelano, mas não passaram dos postos fronteiriços.

Pompeo acrescentou que "mais ações serão contempladas" em uma reunião na segunda-feira do Grupo de Lima, em Bogotá. O vice-presidente Hamilton Mourão e o chanceler Ernesto Araújo vão representar o Brasil no encontro do grupo formado em 2017 para tratar da situação na Venezuela e formado por 14 países do continente.

O secretário americano também reagiu contra os críticos, que alegam que a Casa Branca está usando a ajuda para provocar uma mudança de regime na Venezuela.

— Essa ajuda entrou a pedido do presidente legítimo da Venezuela — disse Pompeo, referindo-se ao autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, apoiado pelos Estados Unidos. — Ele disse: 'Por favor, traga comida para o meu povo. Por favor, traga remédio para os doentes que estão aqui'. Isso é o que temos feito nestas últimas semanas.

A entrega da ajuda internacional foi, até agora, a grande aposta da oposição para levar os militares a abandonar a lealdade a Maduro e abrir as fronteiras. No entanto, apesar de 23 integrantes das Forças Armadas e da Polícia Nacional bolivariana terem desertado para a Colômbia e dois para o Brasil , outras centenas de agentes das forças de segurança, fiéis ao Palácio de Miraflores, avançaram contra os manifestantes.

Quatro pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas a bala, em Santa Elena, cidade venezuelana perto da fronteira com o Brasil. Na fronteira com a Colômbia, na cidade de Cúcuta, 285 pessoas ficaram feridas em confrontos com as forças de Caracas.

Fonte: O Globo

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