quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Bolsonaro elogia tratamento de queimaduras com pele de tilápia, pesquisa pioneira do Ceará

As pesquisas avançam cada vez mais no Ceará. O tecido animal tem se mostrado também eficaz na reconstrução de parte do canal vaginal.
O tratamento de queimaduras com pele de tilápia é uma pesquisa pioneira no Ceará. Em 2017, o estado recebeu, pela primeira vez na história, um banco de pele animal. O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), elogiou o tratamento em suas redes sociais na manhã desta terça-feira (26).

Ele informou que relatos têm chegado ao secretário da Pesca, Jorge Seid, e, se confirmado a eficiência científica, ele proporá os estudos. “Levará à analise do Ministério da Saúde para adoção como terapia de cura alternativa e possivelmente mais barata que as existentes”.

As pesquisas avançam cada vez mais no Ceará. O tecido animal tem se mostrado também eficaz na reconstrução de parte do canal vaginal. Uma paciente que sofreu complicações de uma radioterapia pélvica recebeu o tratamento em fevereiro deste ano.

Em 2017, a pele de tilápia foi disponibilizada para vítimas da tragédia na creche de Janaúba, em Minas Gerais. O Banco de Pele da UFC vai enviar para Minas Gerais três médicos e uma enfermeira.

Outros estudos estão sendo realizados em âmbito veterinário, em úlcera varicosa e na odontologia. De acordo com o presidente da ONG Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), o cirurgião plástico Edmar Maciel, pesquisadores também conseguiram extrair o colágeno da pele de tilápia para usos cosmético e nutracêutico.

“Outros produtos estão sendo desenvolvidos em várias áreas da Medicina, como cirurgia cardíaca, neurocirurgia, endoscopia, otorrino e urologia”.

A ideia de utilizar pele de tilápia como curativa surgiu em 2011, e em 2014 o cirurgião responsável, Marcelo José Borges Miranda, foi convidado a desenvolver o estudo no Ceará, sob a coordenação do médico Edmar Maciel, junto ao Núcleo de Pesquisas e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Os pesquisadores da área se animaram com o reconhecimento do tratamento pelo presidente. Atualmente, empresas nacionais e internacionais já se encontram em tratativas, buscando o registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Comunidade Europeia e outros países, para posterior comercialização.

(Tribuna do Ceará)

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