Após um período de pequeno alívio, os consumidores cearenses voltaram a sentir pesar no bolso o aumento do preço da gasolina. O valor médio do litro do combustível no Estado foi de R$ 4,681 na terceira semana de setembro, um avanço de 6,8% em relação à quarta semana de agosto (R$ 4,404), conforme aponta levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 217 postos cearenses no período.
O preço mais baixo encontrado pela agência nos estabelecimentos de venda de combustível do Ceará foi de R$ 4,499 o litro, em Quixadá, e o mais alto, de R$ 4,990, na cidade de Crateús. Na Capital, o valor médio da gasolina foi de R$ 4,652, com valores entre R$ 4,550 e R$ 4,790 - a média é maior apenas que a de Maracanaú, de R$ 4,582, onde os preços variaram de R$ 4,551 a R$ 4,590 na semana passada.
Escalada de preços
No País, o combustível foi ao maior patamar dos últimos dez anos. Desconsiderando picos provocados pelo desabastecimento durante a greve dos caminhoneiros, a média de R$ 4,65 por litro é o maior valor desde janeiro de 2008 (corrigidos pela inflação), quando a cotação do petróleo se aproximava dos US$ 100 (R$ 400, na cotação atual) por barril. Na última sexta-feira (21), o petróleo Brent fechou a US$ 78,80 (cerca de R$ 315).
Além do efeito da cotação do petróleo, a escalada dos preços é fruto da valorização do dólar, uma vez que a política adotada pela Petrobras determina que a venda do combustível no País deve acompanhar o valor do produto importado - o que inclui repassar a variação cambial.
No ano, o reajuste acumulado do preço da gasolina nas refinarias da estatal soma 29%, já descontada a inflação do período. Nas bombas, o aumento acumulado é de 10%.
Há duas semanas, a estatal anunciou a possibilidade de segurar os repasses por até 15 dias, usando mecanismos de hedge, que contemplam a compra e venda de contratos futuros de câmbio e combustíveis para se proteger das flutuações. O preço da gasolina em suas refinarias está congelado há dez dias, em uma indicação de que o mecanismo está sendo usado no momento. A empresa não confirma.
Em uma tentativa de blindar a política atual de mudanças por um novo governo, a gestão da estatal colocou em estatuto no fim de 2017 cláusulas que obrigam o governo a ressarci-la em caso de concessão de subsídios. A avaliação é que, assim, mudanças abruptas terão que passar por assembleia de acionistas.
Fonte: Diário do Nordeste
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