terça-feira, 19 de junho de 2018

Ceará é o 1º do Nordeste em indenizações por invalidez no trânsito


O Ceará se posiciona nas primeiras dez colocações dos rankings nacionais de diferentes modalidades de indenizações do Seguro DPVAT. Comparando os cinco primeiros meses de 2017 e 2018, é possível identificar redução de 22,48% de pagamentos do benefício por invalidez permanente. Apesar de apresentar índices em queda, segundo o Boletim Estatístico da Seguradora Líder, administradora oficial do benefício, a nível Nordeste, o Estado está em primeiro lugar nas indenizações do tipo. Em âmbito nacional, é o sexto por indenizações pagas por morte. A informação é do Diário do Nordeste.

Os motociclistas representam a maior parcela de vítimas que receberam indenizações pagas por morte e invalidez permanente por acidentes nesse tipo de veículo nos primeiros cinco meses de 2018 (69%). O período com a maior incidência de acidentes envolvendo motocicletas indenizados por morte e invalidez permanente foi o anoitecer (24%), seguido pela tarde (21%). A região Nordeste concentrou 36% das indenizações por morte e invalidez permanente por acidentes com motocicletas no período analisado. As motocicletas representam 44% da frota de veículos da região Nordeste, enquanto que, no Brasil, representam 27%.

A faixa etária mais atingida foi de 18 a 34 anos, representando 48% do total das indenizações pagas, o que corresponde a cerca de 70 mil. No período analisado, a maior incidência de vítimas foram os motoristas (61%). No Brasil, estes representaram 56% das indenizações pagas em acidentes fatais e 61% em acidentes com sequelas permanentes, predominando significativamente os motociclistas (87%).

Os pedestres ficaram em 2º lugar nas indenizações por acidentes fatais no período (27%), assim como nos acidentes com invalidez permanente (24%). Outro dado que chama atenção são os pagamentos de indenizações por despesas médicas. O Ceará está em terceiro lugar no ranking nacional. De janeiro a maio deste ano, o seguro indenizou 1.014 pessoas. No ano passado, em igual período, foram 791. O aumento foi de 28,19%.

Para o presidente da Associação dos Psicólogos de Trânsito do Estado do Ceará, Wagner Paiva Queiroz, só será possível reduzir os dados com investimentos em educação e itens de engenharia de tráfego. "É notável uma melhora em segurança viária por meio de itens de engenharia, como a introdução de fotossensores, mas é preciso educar melhor o brasileiro. O trânsito é algo especifico e particular. É preciso trabalhar os valores humanos dentro da perspectiva de respeito, não só a lei de trânsito, mas como convivência social".

Paiva destaca ainda a necessidade por um transporte público de qualidade. "O metrô existente ajuda em parte, assim como os novos ônibus. A grande saída seria as empresas investirem em transporte coletivo de qualidade com uma boa poltrona, ar condicionado e trajeto mais perto de pontos de grande fluxo, além da divulgação sobre os benefícios de uso desse transporte. O ideal é aproximar do que é vivenciado no transporte particular", explica.

Posicionamento

O Departamento de Trânsito do Estado do Ceará (Detran) afirma que os dados sobre acidentes de trânsito, nas vias públicas, refletem o comportamento da sociedade. O órgão afirma que a mudança de compotamento pode ser registrada por meio das modificações dos costumes e da cultura. Ainda lamenta que muitos motoristas, passageiros e pedestres sejam vítimas de acidente de trânsito.

"A regra de trânsito existe para que o motorista, passageiro e pedestre tenham limites e sejam punidos toda vez que desrespeitam as regras, que existem para preservar a vida. Por isso, cada um deve ter a consciência de respeitar as leis do trânsito", diz a nota do Detran, comentando ainda que o órgão faz campanhas periódicas sobre educação no trânsito com a população.

O Departamento afirma também que é importante que todos tenham consciência no trânsito e façam a sua parte: "respeitar o limite de velocidade, não avançar o sinal vermelho; não ultrapassar quando na rodovia há faixa contínua pintada no asfalto; não dirigir após ingerir bebida alcoólica, respeitar o pedestre quando faz a travessia; respeitar o ciclista, respeitar o motociclista".

Para o órgão, esses números deveriam ser menores, caso a sociedade respeitasse o direito do próximo.

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