terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Gasolina na refinaria é 1/6 do preço; impostos chegam a 45%

O peso de impostos e tributos representa quase metade do preço da gasolina vendida ao consumidor, chegando a 45% do valor cobrado nas bombas. Deste percentual, a maior parcela é de impostos estaduais, 29% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e 16% de tributos federais; Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide), PIS/Pasep e Cofins.


O restante pago pelo consumidor é referente a “Realização Petrobras”, que representa o preço da refinaria sem impostos (28%), “Distribuição e Revenda” (14%) e ao custo do etanol anidro adicionado à gasolina (13%). Assim, o preço da gasolina nas refinarias foram responsáveis por apenas por cerca de 1/6. De acordo com a estatal, a composição da gasolina comercializada nos postos, chamada de gasolina “C” é de 73% de gasolina “A” (sem etanol anidro) e 27% de etanol anidro.

Diferente do que ocorre com o preço da gasolina, o maior peso no preço do diesel é da chamada “Realização Petrobras”, que corresponde a 49% do valor cobrado na bomba. Em seguida vêm os tributos, com 30%, sendo 16% de ICMS e 14% de Cide, PIS/Pasep e Cofins. Os demais ítens da composição são: “Distribuição e Revenda” (15%) e o “Custo Biodiesel” (6%). O diesel nos postos leva 8% de biodiesel. 

“Achamos esse percentual da carga tributária extremamente elevado”, diz o consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti. “Somos partidários de que o governo utilize a Cide como um colchão que pudesse variar de acordo com as alterações dos preços no mercado internacional de petróleo e com a variação cambial, como forma de estabilizar o preço ao consumidor. Isso poderia compensar os impactos negativos nos cofres do governo e do consumidor”, diz. “Mas ao que parece ainda estamos longe de chegar ao ideal”.

Em agosto do ano passado, o Sindicato do Comércio Varejistas de Derivados de Petróleo do Estado (Sindipostos-CE) chegou a lançar uma campanha contra o peso dos tributos sobre os combustíveis. Na ocasião, os representantes da categoria destacaram as dificuldades em acompanhar a volatilidade nos valores aplicados na compra do combustível junto à Petrobras.



Fonte: Diário do Nordeste

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