O doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador financeiro do PMDB, afirmou que o grupo político formado pelo presidente Michel Temer e os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves recebeu cerca de R$ 250 milhões em propinas decorrentes de créditos da Caixa Econômica Federal, repassados pelas vice-presidências de Pessoa Jurídica e Fundos de Governo e Loterias, segundo reportagem do jornal O Globo.
As áreas foram controladas pelo PMDB e comandadas pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso no início deste mês, e Fabio Cleto.
Funaro fechou um acordo de delação premiada já homologado pelo Supremo Tribunal Federal. De acordo com ele, Cunha funcionava como um “banco de propina” para deputados e, depois, virava “dono” dos mandatos de quem era beneficiado.
Segundo o jornal, o doleiro afirmou não saber exatamente o valor da propina repassada a Cunha, “mas sabe que este sempre distribuía parte da propina recebida com Henrique Eduardo Alves e Michel Temer, fora outros deputados aliados”.
A assessoria do Planalto afirmou ao Globo que “o valor da delação e das palavras do doleiro Lúcio Funaro é zero, como já registrou a própria Procuradoria-Geral da República”.
Para o Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, Funaro relatou que foram liberados cerca de R$ 3,04 bilhões em troca de propinas.
Procurados pelo jornal, os advogados de Eduardo Cunha não retornaram. A defesa de Geddel Vieria Lima afirmou que não se manifestaria sobre um documento ao qual não teve acesso. A defesa de Henrique Eduardo Alves afirmou que não é verdade que ele tenha recebido qualquer propina de operações da Caixa e desafia a provarem o contrário.
Já a J&F informou que os colaboradores apresentaram documentos que complementam os esclarecimentos prestados à Procuradoria-Geral da República e segue à disposição da Justiça.
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