quarta-feira, 27 de julho de 2016

"Justiceiro" ameaça bandidos em Campo Grande e diz que já matou mais de 240



Um justiceiro está aterrorizando moradores do Jardim Centro Oeste, na Capital. Com cartazes pregados pelos postes do bairro, ele afirma que já matou 237 pessoas no Rio de Janeiro, sua cidade de origem, e 4 em Campo Grande, porém, sua meta é chegar a 300 “insetos” (palavra usada por ele). Ele também faz uma ameaça dizendo que “você” pode ser o próximo.

Com diversos erros de gramática, o justiceiro ainda diz que já pertenceu ao BOPE (Batalhão Operacional de Policias Especiais) carioca, corporação da qual afirma ter sido expulso, bem como sua especialidade é exterminar estupradores, ladrões, traficantes, pedófilos, vagabundos e drogados.

Além disso, ele afirma que os Bairros Jardim Los Angeles; Dom Antônio; Parque do Sol; Bálsamo; Jardim Canguru; Itamaracá e Moreninhas são suas “áreas” de atuação.

Todos os populares, com os quais a equipe de reportagem do Jornal Midiamax conversou, preferiram se identificar apenas com o primeiro nome. De acordo com a doméstica Fátima, de 45 anos, somente Deus pode tirar a vida de uma pessoa. “Mesmo que seja um bandido, não merece ser morto”, diz.

O mestre de obras Walmir, de 38 anos, afirma que tem muito inocente que pode ser morto pelo justiceiro. “Isso está errado. E se ele quiser me matar?”, pergunta.

O corretor de imóveis, José, ressalta que nem mesmo a polícia pode matar. “Acho isso péssimo para as pessoas de bem, para toda a sociedade. Alguém tem que fazer alguma coisa para contê-lo”.

Para a auxiliar de cozinha, Miriam, de 31 anos, essa ideia de fazer justiça com as próprias mão não é boa. “Isso é papel da polícia. Ela deve dar conta”, esbraveja.

A empregada doméstica Neci, de 67 anos, diz que só Jesus pode tirar a vida de alguém. “O Bandido deve ser preso e não assassinado. Os estupradores, que são os piores marginais, devem ter prisão perpétua. Sou contra a morte deles”, acentua.

Opinião da polícia

De acordo com um policial militar entrevistado pela reportagem, que preferiu não se identificar, a existência de um justiceiro em Campo Grande é pouco provável, contudo, caso apareça algum crime nesse sentido, tudo pode mudar.

Ele lembra que, recentemente, na fronteira com o Paraguai, próximo das cidades de Pedro Juan Cabaleiro e Ponta Porã, três pessoas foram mortas por justiceiros. “No caso da fronteira é diferente, pois eles avisaram que iam cortar as mãos dos ladrões e cumpriram. Além da decapitação eles foram encontrados baleados e com sinais de tortura”, explica.

Com informações do Portal do Cone Sul

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