terça-feira, 26 de julho de 2016

Governo Temer (PMDB): Mansão para rico, arrocho para o trabalhador


Para quem achava retórica a afirmação de que a derrubada de Dilma foi arquitetada para substituir o modelo econômico socialdesenvolvimentista e inclusivo (que beneficiava os segmentos mais pobres da população) por outro, do mercado, que favorece os mais ricos, o Planalto acaba de dissipar qualquer dúvida. Basta ver o anúncio da suspensão das contratações do programa de moradia Minha Casa, Minha Vida e a ampliação do financiamento, em até R$ 3 milhões, para imóveis destinados aos mais ricos (programa batizado, ironicamente, de Minha Mansão, Minha Vida, pelo escritor Marcelo Rubens Paiva).
É o retrato cabal do que significa o modelo econômico neoliberal e excludente. A própria Folha de S.Paulo tratou de colocar isso às claras, na última quinta-feira, no editorial “Casa para quem pode”: “A trajetória de redução do déficit nacional de moradias foi interrompida (…) Será restrito, por anos à frente, o espaço orçamentário para que o programa oficial volte a conceder, em larga escala, subsídios quase integrais a seus beneficiários.” Só quando a  esquerda, um dia, voltar ao poder – dizem os especialistas.
O governo Temer também mal se contém para iniciar o corte de direitos trabalhistas, garantidos atualmente pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Está apenas aguardando o desfecho do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O ministro interino do Trabalho, Ronaldo Nogueira, anunciou que Temer vai enviar ao Congresso até o final do ano três propostas na área trabalhista: 1) “atualização” da CLT; 2) regulamentação da terceirização e 3) a transformação do PPE (Programa de Proteção ao Emprego) em algo permanente.
A palavra de ordem é negociação coletiva, com abertura da possibilidade de flexibilização da jornada e salário. Ora, numa situação de crise e sem o escudo da CLT, o empregador terá faca e queijo nas mãos. Só quem poderia esboçar alguma reação seriam, talvez, as categorias com sindicatos fortes (uma minoria). Com a terceirização, é de se esperar redução de salário, precarização do emprego (com alta rotatividade e facilitação extrema da demissão) e o aumento da jornada de trabalho. Uma beleza.
Com informações  Coluna Valdemar Menezes, O POVO

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