sexta-feira, 3 de junho de 2016

Novo Cangaço planejava raptar PMs para usá-los como escudo humano



Duas fontes que participaram da operação de confronto com a família Araquan, no assalto a um banco de Curimatá, realizado no início do mês passado, repassaram ao 180 a informação de que a quadrilha que agiu na região tinha como objetivo raptar policiais do Grupamento da Polícia Militar no município. As informações constam daquelas provenientes do monitoramento feito pela Polícia Federal, que avisou à polícia do Piauí sobre a ação do bando. A antecipação ao crime permitiu um cerco à quadrilha e o saldo foi 5 mortos, 6 presos e 3 membros do grupo foragidos. A ideia era eles raptarem dois policiais militares do GPM da cidade para serem usados como reféns na fuga ou até de escudo humano. Chegaram a ir ao local que serve como sede da PM no município – um pequeno casebre sem muita estrutura – e acabaram por desistir quando viram os portões com cadeados. Os criminosos estavam sendo monitorados, provavelmente, através de escutas telefônicas. “A ORDEM ERA DEIXAR EXPLODIR O BANCO” As fontes também relataram ao 180, que embora a polícia soubesse que haveria uma ação criminosa no local, “a ordem superior” era de que deixasse o crime ser consumado. Havia o temor por parte dos policiais de que a quadrilha estivesse usando pessoas inocentes para fazer os trabalhos iniciais no banco. "Era preciso diferenciar quem era quem", contam. “Temíamos um massacre de inocentes, igual ao da [Chacina] da Meruoca”, relataram. A Chacina da Meruoca ocorreu em 1999, quando policiais confundiram um grupo de empresários com assaltantes de banco e mataram todos. "NÓS VAMOS MORRER COMO CABRA MACHO" Consumado o ato criminoso, os policiais reforçaram o cerco, chegaram a dar voz de prisão, mas os bandidos gritavam dizendo que não iriam se entregar. “Aqui a gente não se entrega não, morre como cabra homem”, era a resposta dos assaltantes. “ELES MANDAVAM OS REFÉNS TIRAREM A CAMISA” Os relatos passados ao 180 também dão conta de que os criminosos mandavam os reféns tirarem a camisa. “Não sei por que eles faziam aquilo, acho que era para diferenciar, não sei. Mas eles estavam de colete a prova de bala e capuz”, acrescentam. Para “tocarem o terror”, os bandidos atiraram no GPM e no Fórum. São muitas as marcas de bala nas paredes, algumas identificadas nas fotos que acompanham essa matéria. O grupo criminoso usava armas de grosso calibre, exclusivas das Forças Armadas e da Polícia Militar. Três carros, como também mostram as fotos, foram usados na ação dos criminosos. O banco, com a explosão, ficou completamente destruído. Os bandidos, no entanto, não conseguiram arrombar um cofre da instituição, que possui maior proteção. Fonte: 180 Graus

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