O
senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi apontado como beneficiário de R$ 300
mil em propinas que teriam sido repassadas a ele a mando do
doleiro Alberto Youssef, investigado na Operação Lava Jato.
A informação
foi revelada em julho por Carlos Alexandre de Souza Rocha e divulgada
na última quarta (30) pelo jornal Folha de S. Paulo. O repasse teria
sido feito no ano de 2013 por um diretor da UTC Engenharia.
Conhecido
como Ceará, Carlos Alexandre de Souza Rocha admitiu à Polícia Federal
ter repassado montantes no valor de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a diversos
políticos desde 2008.
Na
declaração, Ceará diz ainda que, em uma das entregas, o diretor da UTC
(identificado apenas como “Miranda”) estava cobrando mais agilidade na
entrega da propina e “não aguentava mais a pessoa cobrando tanto”. Ao
ser questionado quem era essa pessoa, o contato teria respondido “Aécio
Neves”, segundo o delator.
Em resposta à
matéria da Folha, a assessoria de imprensa do senador tucano negou as
acusações e divulgou um comunicado. Leia-o abaixo, na íntegra:
A Folha
de S. Paulo traz em sua edição dessa quarta (30/12/15) matéria sobre a
declaração de uma pessoa que teria prestado serviço a Alberto Youssef,
que diz ter ouvido de um diretor da empresa UTC que o senador Aécio
Neves teria sido, uma vez, o destinatário de recursos da empresa.
Essa
absurda e irresponsável citação do nome do senador, sem nenhum tipo de
comprovação, já foi desmentida três vezes: pela empresa, que afirmou na
própria matéria da Folha “que a acusação não tem fundamento”, pelo dono
da UTC, Ricardo Pessoa, que em delação premiada relacionou os políticos
que teriam sido beneficiados pela empresa - entre eles não está o
senador Aécio Neves - e por Youssef, que anteriormente, através de seu
advogado, já havia afirmado que não conhece o senador e nunca teve com
ele qualquer tipo de relação ou negócio, posição reafirmada por ele em
depoimento prestado à Policia Federal.
A
falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de
lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal
com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época
mencionada. Além disso, a UTC não executou nenhuma obra vinculada ao
Governo de Minas Gerais no período em que o senador governou o estado.
O
senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições que
participou a única campanha que recebeu doação da UTC foi a de 2014,
através do comitê financeiro do PSDB.
Trata-se
de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o
PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações,
como ocorreu no caso do senador Antonio Anastasia. Não deixa de ser
curioso observar que essa nova falsa denuncia surge exatamente um ano
depois da que atingiu injustamente o senador Anastasia, coincidentemente
durante período de recesso das instituições.
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