quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Chacina em Messejana completa duas semanas e assassinos permanecem impunes. Investigação está na Controladoria


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A maioria das 11 pessoas assassinadas era jovem, menor de idade, e não possuía histórico criminal. Todos foram abatidos a tiros nas ruas do Curió, São Miguel e Lagoa Redonda
Duas semanas após o massacre que deixou 11 mortos na periferia Sul de Fortaleza, as investigações policiais ainda não apontaram publicamente quem são os responsáveis pela maior chacina já ocorrida na Capital cearense.
 Por ordem do governador do estado, Camilo Santana (PT), o inquérito policial instaurado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa  (DHPP) foi transferido para a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD).  Santana tem repetido em entrevistas à Imprensa local que, se necessário, pedirá ajuda à Polícia Federal  e ao Ministério da Justiça para identificar os autores da matança.
A transferência das investigações para a CGD  revela que as primeiras pistas já apontaram suspeitas concretas do envolvimento de agentes públicos na chacina, já que, de acordo com a lei que criou o órgão – através da emenda constitucional número 70, de 18 de janeiro de 2011 – caberá àquela instituição,  “exclusivamente” apurar a responsabilidade disciplinar e aplicar as sanções cabíveis aos militares da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, membros das carreiras da Polícia Judiciária (Polícia Civil e Perícia Forense) e membros da carreira de Segurança Penitenciária (agentes penitenciários).
Portanto, a Controladoria somente pode investigar, e de forma disciplinar, os membros da área da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário, sendo impedida de apurar responsabilidade criminal de pessoas civis.
O  crime
Na madrugada do último dia 12, uma sequência de assassinatos e tiroteios abalou a população de três comunidades da Grande Messejana. Foi nos bairros Curió e Lagoa Redonda e no Conjunto São Miguel. Ali, segundo as investigações, ocorreram dois triplos homicídios e dois duplos homicídios, resultando na morte de 10 pessoas. Outra faleceu no hospital “Frotinha” de Messejana, completando, assim, o total de 11 óbitos.
Além das 11 pessoas assassinadas, pelo menos, mais quatro ficaram feridas e continuam hospitalizadas, uma delas em estado ainda considerado grave.  Seus nomes e os locais onde estão internadas são mantidos em sigilo, por razão de segurança.
Os mortos
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), as 11 pessoas mortas foram identificadas como: Antônio Álisson Inácio Cardoso, 17 anos; Marcelo da Silva Pereira, 18; Patrício João Pinho Leite, 16; Francisco Elenildo Pereira Chagas, 16; Jandson Alexandre de Sousa, 19; Valmir Ferreira da Conceição; Marcelo da Silva Mendes, 17 ; Pedro Alcântara Barroso do Nascimento, 18; Alef Sousa Cavalcante; Renaylson  Girão da Silva e Jardel Lima dos Santos.
De acordo com a SSPDS, das 11 pessoas executadas sumariamente, apenas três possuíam histórico criminal, muito embora por delitos sem gravidade, como crime de trânsito e prisão por falta de pagamento de pensão alimentícia.
Os motivos que levaram à chacina também são investigados e ainda não há uma definição sobre isto. No começo da investigação, as autoridades levantaram três hipóteses.
A primeira, de uma retaliação pelo assassinato de um policial militar, durante assalto, na noite anterior ao massacre. A segunda, vingança pelo assassinato do traficante de drogas  Luiz Ricardo Mendes da Silva (executado a tiros de fuzil no Anel Viário logo após deixar o Presídio da Cigana, em Caucaia). E terceira, um “recado” do crime pela prisão do traficante Carlos Alexandre Alberto da Silva, o “Castor”.
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