quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Armadilha inovadora pode ajudar no combate à dengue



O objetivo é que a armadilha seja comercializada para o público em geral e que custe, em média, R$ 200,00
Cientistas do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com sede no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, desenvolveram um sistema que permite monitorar e diferenciar espécies e sexos de insetos de acordo com o som emitido por suas asas. A pesquisa que originou o sistema foi desenvolvida no ICMC pelo professor Gustavo Batista. No estudo, foi desenvolvida uma armadilha diferente das utilizadas atualmente: ela não gruda nem mata os insetos e não precisa de um biólogo para fazer as classificações.

Utilizando a inteligência computacional, Batista pretende que as espécies sejam classificadas só com a nova ferramenta. A armadilha consiste em uma caixa de vidro que contém algumas lâmpadas LED, componentes eletrônicos que convertem a luz em sinais elétricos e sensores. “Fazemos a classificação pelo som, o zumbido que a gente ouve do bater das asas do inseto. Convertemos então o sinal da luz em um sinal elétrico muito parecido com o sinal capturado por um microfone”, descreve o docente. “Sabemos que diferentes espécies batem asas em diferentes frequências, têm diferentes números de asas, formatos de asas, e isso faz com que exista uma assinatura para cada espécie”, explica Batista, que começou os estudos em 2011 em conjunto com um pesquisador da Universidade de Riverside (EUA). Atualmente o professor do ICMC orienta o aluno André Maletzke, também do ICMC.

Combate à dengue

Juliano Corbi, ecólogo e professor da Escola de Engenharia (EESC) da USP em São Carlos, explica que a armadilha pode ser usada, por exemplo, no combate à dengue. “Como é a fêmea que pica, que transmite a doença, se você tem uma quantidade maior de fêmeas, você tem maior possibilidade de ter contaminações. Além disso, também é a fêmea quem desova”, analisa.

O objetivo é que a armadilha seja comercializada para o público em geral e que custe, em média, R$ 200,00. O projeto foi um dos contemplados pelo programa Bolsas de Pesquisa Google para a América Latina, que, por um ano, pagará mensalmente uma bolsa de US$ 1,2 mil para Maletzke e US$ 750 para Batista. Em parceria com a multinacional de serviços e software, a ideia é criar um aplicativo que permita a contagem dos mosquitos em tempo real. Isso possibilitaria que providências para controlar os mosquitos em determinada região fossem tomadas. Com informações da Ascom -USP.

FONTE: NOTÍCIAS MINUTO A MINUTO

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