sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Dupla de ativistas cria petição por fim da censura a mamilos femininos no Facebook


Projeto pede fim da censura ao mamilo feminino no Facebook
Projeto pede fim da censura ao mamilo feminino no Facebook Foto: Divulgação/mamilolivre.com
O que vale para Chico não vale para Francisca. Pelo menos no Facebook é assim. Como reflexo da sociedade, as redes sociais não costumam dar a mesma liberdade para homens e mulheres, principalmente no que diz respeito ao corpo. Na maior rede do mundo, é comum que imagens de mulheres com os seios de fora sejam denunciadas e prontamente excluídas. Fotos de homens sem camisa, no entanto, circulam livremente. Para acabar com isso, a fotógrafa Julia Rodrigues e a psicóloga Letícia Bahia criaram o projeto "Mamilo Livre", com um abaixo-assinado que pede o fim dessa diferença de tratamento e o fim da censura ao mamilo feminino.
Criada no dia 15 de setembro, a petição já recolheu mais de 2.400 assinaturas na internet. Na descrição do projeto, as idealizadoras explicam que, muitas vezes, as fotos censuradas pelo Facebook são postadas pelas próprias pessoas que aparecem nelas ou então com o consentimento dessas mulheres e, mesmo assim, excluídas após denúncias. A justificativa é de que as imagens de seios constituem conteúdo erótico, o que é proibido na rede social. A foto de um homem sem camisa, no entanto, passa.
"Qualquer parte do corpo humano pode ser erótica, a depender do olhar de quem deseja, do contexto e de como se dão as relações. O peitoral de um homem pode ser erótico; pés e mãos podem ser eróticos; tornozelos femininos já foram considerados eróticos. Inversamente, seios femininos podem perfeitamente não ser eróticos. Em decisão louvável, o próprio Facebook reconheceu isso quando decidiu liberar os mamilos femininos em fotos de mulheres mastectomizadas e de amamentação. Ao autorizar essas imagens, a rede social atestou que existem contextos nos quais a imagem do seio feminino nada tem de sexual. E, se os mamilos da mulheres não são inerentemente sexuais, a quem senão às próprias mulheres cabe traçar essa linha?", questiona o texto da petição.
Para instigar a reflexão sobre o assunto, o "Mamilo Livre" espalha fotos (de mamilos livres, claro) por várias cidades brasileiras. As imagens são de 12 pessoas voluntárias, que se mantém anônimas, já que não mostram o rosto. Nas redes, no entanto, a adesão é grande, com a participação de homens e mulheres que enviam as suas imagens, em apoio à campanha.
Para assinar a petição do "Mamilo Livre" e participar do movimento, basta ir no Avaaz criado pelo coletivo e enviar seu e-mail. O site ainda dá opção para quem quer justificar a opinião. "Sabemos que o Facebook apoia causas como o casamento civil LGBT e outras questões relacionadas aos direitos das minorias, e estamos certas de que poderemos contar com a boa vontade e com todo o aparato técnico da rede que se tornou um dos maiores palcos da internet para vencer essa pequena batalha na luta pela igualdade política e social entre homens e mulheres", diz o abaixo-assinado.
Confira fotos do ensaio feito pelo "Mamilo Livre", usadas nas intervenções urbanas em cidades brasileiras:
Foto: Divulgação/mamilolivre.com


fonte:extra

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