Pois é, está aí uma pergunta ou um mito popular em torno dos casais que já acompanha algumas gerações e culturas. Quem nunca ouviu sobre a famosa crise dos sete anos?
Podemos encontrar algumas explicações e estudos de ordem mística,
histórica e cultural falando a este respeito e até mesmo algumas
pesquisas sobre comportamentos humanos. E estes conteúdos podem nos
levar a pensar sobre isso e talvez até sugerir respostas.
Existem pessoas que declaram, com suas experiências, que esta crise
existe sim. Relatam experiências de desentendimentos, estresse e
desgaste da relação amorosa de forma cíclica, e concluem que são provas que devem ser superadas ou não nesse período.
Fico pensando: quem somos nós para dizer que não existe? E ao mesmo tempo,
repenso: será mesmo que nós seres humanos possuímos nossos
comportamentos e atitudes tão técnicos e previsíveis, que podem ocorrer
de forma tão organizada e metódica? Essa possibilidade me parece que
reduz - e muito - as particularidades de cada indivíduo, e nos tira a
riqueza de nossas histórias de vida, nossos sentimentos e experiências.
Não acham?
Sempre retomo
com vocês que meu ponto de vista profissional segue a linha
psicanalítica. E este método de estudo nos diz que não há como responder
esta pergunta de forma tão direta e técnica, usando um simples SIM ou
NÃO. A psicanálise entende que o ser humano é amplo, ao mesmo tempo é
particularmente único e por isso não há como explicar ou garantir que
somos ou passamos por situações metódicas na vida, isso sempre vai
depender de quem estamos falando. Usando esta base, acredito que somos
resultado de uma diversidade de experiências vividas e sentidas e que
isso jamais será igual para todos ou para mais que um.
Assim, podemos pensar que não há como garantir ou esperar uma crise aos 7
anos ou em algum período especifico (alguns sugerem crise dos 9 meses e
3 anos), pois somos únicos. Mas podemos sim esperar crises em nossas
relações, pois as crises fazem parte da vida tanto dos casais como dos
solteiros, ou seja, dos seres humanos. Isso porque a crise é o resultado
exposto de uma insatisfação que estamos sentindo ou vivendo, e
normalmente só é percebida após um bom tempo de existência. Logo, é por
isso que quando nos damos conta, já estamos sem paciência ou cansados,
às vezes até explodimos e nos descontrolamos.
Mas e os relatos comuns das pessoas alegando ou provando que existe passaram por crises nos mesmos períodos?
Podemos explicar ou entender que nós seres humanos buscamos sempre apoio
ou formas de nos identificar com o meio. E há uma necessidade
(inconsciente) muito grande de agirmos ou pensarmos de forma semelhante.
Isso nos alivia fantasiosamente, e nos sentimos apoiados por acreditar
que somos parecidos ou possuímos pontos em comum. Logo é muito possível
que casais em crise cheguem à conclusão do mesmo período para justificar
suas insatisfações, tendo assim o apoio de outros relatos para sua
crise. Mas o mais provável é que cada casal tenha iniciado sua crise em
tempos bem diferentes, que só foi percebido ou permitido ser exposto
neste momento.
É valido lembrar que passamos por muitos aprendizados desde muito cedo
em nossas vidas, do mamar ao comer; do colo ao andar; da fralda ao
banheiro; do bebê a criança, do adolescente ao adulto... E todas as
fases e aprendizados são fundamentais e se complementam. Todas elas nos
trazem aprendizados, frustrações, conquistas e insatisfações de acordo
com o que é vivido e como é experimentado.
Vejam que curioso este pensamento: vamos considerar o nascer como nosso
ponto ZERO. E cá entre nós, o desenvolvimento nos primeiros meses e anos
de vida é particularmente encantador,
não acham? O bebê vai descobrindo, experimentando e vivenciando tantas
sensações (que hoje passam por nós desapercebidas na vida) como frio,
calor, vento, dia, noite - tanto o bebê ou a criança pequenina se
encanta com tudo que experimenta. Façamos aqui uma pausa e pensem
comigo: esta etapa de vida, vista por esta via, não nos faz lembrar da
paixão, do namoro ou do início do casamento? Onde tudo é encantador,
onde reparamos e damos valor ao mais básico dos movimentos, ou deixamos
passar alguns conflitos pois ainda estamos aprendendo?
E quando a criança chega por volta dos sete anos de idade, costumamos
dizer dentro dos estudos psicológicos que ela está com sua base
emocional formada. Claro que não está pronta e ainda tem muito a
aprender por toda a vida, mas entende-se que por volta dos sete anos de
idade uma pessoa já instalou em sua estrutura emocional diversos
conhecimentos básicos que servirão como base para seguir sua vida daqui
por diante, já tem certa capacidade de se virar sozinha no meio que
vive, compreende as rotinas e regras, com gosto próprio e declarado para
muitas coisas. Deste ponto em diante ela terá muitas coisas boas novas
pela frente, através da sua independência que começa a ganhar força, mas
também irá vivenciar períodos cansativos e desgastantes na vida, como
assumir e seguir os padrões e regras da escola. Até então a criança
crescia, aprendia e se relacionava com o mundo de forma mais solta, ou
com menos cobrança de padrões e regras, porém de agora em diante
precisará aprender a se conter, a ceder, a obedecer, a fazer algo por
que pedem para fazer e não somente porque quer e acha divertido. Isto é,
a frustração fica mais clara do que antes e é muito comum que sintam
vontade de não seguir as regras, que relutem, se rebelem ou impliquem
com o que agora parece obrigatório.
Comparando esta fase com um casal há aproximadamente sete anos juntos,
podemos identificar a semelhança do período. Percebem? Talvez o que
aconteça com os casais por volta de sete anos juntos seja algo muito
próximo a essa ideia, ou seja, um processo de mudança, de amadurecimento
obrigatório pessoal, amoroso e social. É muito provável que por volta
deste período, os casais já saibam bem o que desejam para si e para o
casal e é mais provável ainda que muitas mudanças tenham acontecido e
que agora precisam ser ajeitadas na vida. Talvez os sonhos ou as ideias
do início hoje não caibam mais, ou precisam de outro complemento. É hora
de amadurecer, de se preparar para crescer na relação e nem sempre isso
é gostoso.
O que podemos aprender e pensar a respeito deste conteúdo, é que as
crises entre os parceiros costumam acontecer por insatisfações presentes
na relação e cada época de vida tende a apresentar diferentes
conflitos.
Vale ressaltar aqui que talvez o maior problema não seja de fato qual
crise, ou quando a crise ocorre, mas vale sim prestar atenção no fato
que as crises de casais são interligadas as crises pessoais, fazendo
parte do constante aprendizado, com mudanças, sucessos e angustias.
As crises acontecem - se não aconteceram ainda, vão acontecer. Portanto
estejam abertos e cientes. Sejam menos tensas ou muito angustiantes, as
crises fazem parte do desenvolvimento humano durante toda sua vida, é um
momento de avaliar todo o aprendizado e nos preparamos para novos
passos.
Talvez o problema real não esteja na existência da crise ou na data em
que ocorre, mas sim no distanciamento entre os parceiros. Às vezes um
está em busca de mudanças, novos sonhos, enquanto o outro resiste ou
mesmo está preso em suas próprias convicções. E isto seja talvez o maior
problema, a diferença de tempos e desejos entre os parceiros. Vale
pensar.
MSN Notícias
Universitário mata a mãe a facadas e diz que é "Lúcifer"
O
estudante universitário Vinícius Pereira Xavier, de 26 anos, foi preso
por matar a própria mãe, na cidade de Senador Canedo, região de Goiânia.
O crime ocorreu na casa onde Vinícius morava com a mãe, Agenelza Pereira da Fonseca Xavier, 46 anos, e o pai.
O
jovem foi encontrado nu e coberto de sangue, ao lado do corpo da mãe,
no quintal da residência. O crime foi descoberto pelo irmão e o pai do
suspeito, que ao chegar em casa viu, pelo portão, o crime. Com medo da
reação de Vinícius, os familiares ficaram na rua e chamaram a polícia
militar, que o prendeu em flagrante.
Para a polícia há a hipótese de que Vinícius Pereira Xavier tenha assassinado a mãe em um surto psicótico.
Segundo
o delegado Massanobo Kai, responsável pelo caso, Vinícius estava
transtornado. “Ele não falava nada com sentido, e mostrava um olhar
vidrado. Disse apenas que se chamava Lúcifer e que a Deus pertencia a
vida”, descreveu.
Segundo
o site Terra, a sanidade mental de Vinícius será avaliada por um exame
psiquiátrico. “Acredito que foi um ato de esquizofrenia”, afirmou o
delegado.
Fonte: MSN Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário