sábado, 4 de abril de 2015

Policiais usam bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo em protesto pacífico no Complexo do Alemão


Policial usa gás lacrimogêneo contra manifestantes
Policial usa gás lacrimogêneo contra manifestantes Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Extra

Policiais da UPP Alemão, do 16º BPM (Olaria) e do Batalhão de Choque (BPChoque) usaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar um protesto pacífico de moradores do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Os manifestantes — que carregavam panos brancos e placas pedindo paz no local — protestavam contra a morte de Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, nesta quinta-feira, no conjunto de favelas. O menino morreu após ser atingido por um disparo de fuzil. Parentes afirmam que o tiro foi dado por um policial. A Divisão de Homicídios da capital investiga a morte do menino.
Uma das manifestantes que ocupava a Estrada do Itararé era a garçonete Patricia Ferreira, de 17 anos, irmã de Eduardo. Ela contou que estava chegando do trabalho quando viu o menino, já morto, na escada em frente a sua casa.
PMs lançam bombas de efeito moral
PMs lançam bombas de efeito moral Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
— Eu estava chegando em casa do trabalho, ele me viu, ia brincar comigo. Nessa hora foi atingido. Eu me protegi e só vi quando ele rolou escada abaixo. Foi uma covardia do policial — desabafou Patricia.
Desde a tarde desta quinta-feira, agentes do COE (Bope, Batalhão de Choque e Batalhão de Ações com Cães) reforçam o policiamento no Alemão.
Policial corre atrás de manifestante na Estrada do Itararé
Policial corre atrás de manifestante na Estrada do Itararé Foto: Guilherme Pinto / O Globo
A assessoria de imprensa da secretaria de Segurança confirmou, em nota na tarde desta sexta-feira, que pode reocupar o Complexo do Alemão. Nas últimas 48 horas, quatro pessoas morreram em confrontos entre policiais militares e traficantes no conjunto de favelas. De acordo com a nota, há um centro de controle do Comando de Operações Especiais (COE) instalado na Coordenadoria de Policia Pacificadora, e “cada ação das forças especiais será avaliada até chegar, se for necessário, a uma ocupação completa”.
A presidente Dilma Rousseff, em nota, pediu que as circunstâncias da morte do menino Eduardo sejam esclarecidas e que os responsáveis pelo crime sejam punidos. Ela também prestou solidariedade à família do garoto.


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