quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O que muda se a reforma política ocorrer por referendo ou plebiscito?









Dilma quer consulta popular sobre reforma política, mas Câmara e Senado ainda divergem sobre tema (Foto: Agência Brasil)
A proposta original de Dilma é pela convocação de um plebiscito para tratar do tema. Já os dirigentes da Câmara e do Senado preferem que os eleitores participem da reforma por meio de um referendo. A posição do Congresso nesse tema é crucial, já que cabe ao órgão decidir qual modelo será adotado.

Os pontos de vista distintos já provocam atritos entre as autoridades. Na terça-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que "o Congresso pagará caro pela omissão" se autorizar a convocação de um plebiscito, delegando aos eleitores o poder de definir os rumos da reforma.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), reforçou a posição de Renan e culpou o PT pela não aprovação de uma proposta de reforma no ano passado.

Também na terça, Dilma flexibilizou sua posição ao dizer em entrevista que "não interessa muito se é referendo ou plebiscito".

A BBC Brasil formulou perguntas sobre o que muda caso cada processo seja adotado.

Qual a diferença entre referendo e plebiscito?A principal distinção é que um plebiscito é convocado antes da elaboração de um ato legislativo ou administrativo que trate do assunto em questão.

Já um referendo é convocado posteriormente, para que a população aprove ou rejeite a proposta já elaborada.

De que maneira essas diferenças influenciariam na reforma política?

Pela proposta de Dilma, um plebiscito sobre a reforma política permitiria aos brasileiros posicionar-se sobre vários temas. Eles poderiam, por exemplo, decidir se o financiamento das campanhas deve ser público, privado ou misto; se o voto deve ser nos partidos, em listas fechadas, ou em candidatos; se deve ser criada uma cláusula de barreira para impedir que partidos pequenos assumem lugares na Câmara; e se a reeleição deve ser proibida.

Dilma diz ter se reunido com movimentos sociais e quer consulta popular sobre reforma (Foto: Agência Brasil)

Caberia ao Congresso decidir quais perguntas serão feitas e elaborar uma proposta que respeitasse os resultados da consulta. Esse modelo daria aos eleitores maior poder na elaboração da proposta.

No caso de um referendo, o Congresso elaboraria uma proposta de reforma, e os eleitores teriam apenas o poder de chancelar ou vetar o projeto como um todo, sem poder modificá-lo. Esse modelo daria ao Congresso mais poder na elaboração da proposta.

Quais os argumentos favoráveis e contrários aos dois modelos?Defensores do plebiscito dizem que, se a elaboração da reforma ficar a cargo do Congresso, dificilmente serão aprovadas medidas que descontentem deputados e senadores. A reforma, dizem eles, provavelmente seria tímida.

Eles afirmam que um plebiscito atenderia os anseios dos manifestantes que foram às ruas em junho de 2013 e pediram maior participação da sociedade nas decisões do Estado.

Já os defensores do referendo dizem que um plebiscito teria perguntas muito específicas e que dificilmente os eleitores estarão informados o suficiente para respondê-las. Afirmam, ainda, que as opções dos eleitores poderiam produzir uma proposta "frankenstein", difícil de pôr em prática.

Eles dizem que o Congresso é o órgão mais capacitado para a tarefa e detém a legitimidade para executá-la, por ser composto por deputados e senadores eleitos pelo povo. Afirmam, ainda, que a realização de um plebiscito reduziria a importância do Legislativo, afetando o equilíbrio entre os Três Poderes.

Quais foram os últimos plebiscitos no Brasil?O último plebiscito estadual ocorreu em 2011, no Pará, quando os eleitores do Estado decidiram se as regiões de Carajás e Tapajós deveriam se tornar Estados autônomos. A maioria dos paraenses rejeitou a divisão.

O último plebiscito nacional ocorreu em 1993, quando os brasileiros puderam optar qual regime de governo vigoraria no país: se monarquia ou república e se parlamentarismo ou presidencialismo. Venceu a proposta por uma república presidencialista, regime que já vigorava.

Quais foram os últimos referendos?No último referendo estadual, em 2010, os eleitores do Acre decidiram se o fuso horário no Estado deveria ser voltar a ser de duas horas a menos que Brasília, após ter sido alterado para uma hora a menos. A maioria aprovou a mudança para o horário antigo.

O último referendo nacional ocorreu em 2005, quando a população foi consultada sobre a proibição do comércio de armas de fogo no país.

A proibição estava prevista em artigo do Estatuto do Desarmamento, que havia sido aprovado em 2003. Os brasileiros, porém, rejeitaram a mudança.

Fonte: BBC Brasil

Assalto a banco tem reféns, feridos e dinheiro jogado ao povo na Bahia

 
Câmera de segurança mostra pelos menos oito homens fugindo com os dois reféns (Foto: Reprodução)
Um grupo composto por ao menos dez homens armados com metralhadoras e rostos cobertos invadiu a cidade Uauá (427 km de Salvador, na Bahia) e assaltou a agência do Banco do Brasil, no centro do município, na manhã desta quinta-feira (30).

Segundo a polícia, os homens chegaram em duas camionetes  e estavam fortemente armados. Houve pânico e correria, já que o assalto ocorreu por volta das 8h (9h no horário de Brasília).

Na chegada, eles atiraram nos dois vigilantes da agência, que foram socorridos e levados ao hospital da cidade, mas --segundo as primeiras informações-- não correm risco de vida.

Uma imagem captada por uma câmera de segurança mostra pelos menos oito homens fugindo com os dois reféns e de posse de uma metralhadora.

A imagem foi divulgada pelo Sindicato dos Bancários da Bahia, que já classifica 2014 como um dos mais violentos no setor da história. Somente em outubro foram 22 ocorrências registradas no Estado.

Dinheiro para o alto

Após o assalto, os homens fugiram disparando tiros para o alto e jogando dinheiro para a população.

"Não sabemos dizer exatamente se sabe quantos homens foram, mas eram entre dez a 15. Eles ainda levaram dois funcionários do banco reféns, mas que foram liberados em seguida", afirmou Germano Gonçalves, investigador de polícia.

O policial disse ainda que os assaltantes deram vários tiros em vidraças, e explicou que não há efetivo militar suficiente para reagir a um assalto desse porte.

"Não tem como ter reação, o local é muito aglomerado de pessoas. Temos um efetivo pequeno, especialmente a Polícia Militar, que, pelo o que sei, tinha uma viatura com três a quatro homens", afirmou.

A polícia ainda não tem suspeitos do crime e vai investigar o caso. Esse não foi o primeiro assalto à agência na cidade. Segundo a polícia, em 2006 houve outro ataque ao local.

Fonte: UOL

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