sábado, 30 de agosto de 2014

Crato-CE: Manifestação no Centro pediu paz, justiça e o fim da violência


Robson Roque
Pais e outros familiares e amigos de jovens assassinados recentemente em Crato realizaram uma manifestação pacífica pedindo paz, justiça e cobrando agilidade nas investigações dos crimes (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
Pais e outros familiares e amigos de jovens assassinados recentemente em Crato realizaram uma manifestação pacífica pedindo paz, justiça e cobrando agilidade nas investigações dos crimes. Alunos de escolas da rede pública também estiveram presentes ao ato que percorreu diversas ruas do Centro até a Delegacia de Polícia Civil do município, onde os pais foram recebidos pelos delegados.

“Hoje está com um mês e nove dias e até agora não temos resultados. A justiça está sendo muito lenta no caso do Eduardo, as investigações estão a passos lentes, a família está pedindo justiça e paz porque nos sentimos ameaçados”, afirmou Pedro Alves Dutra, tio da vítima.

O pai de uma das vítimas (veja o caso no final da matéria), Erisvaldo Dutra, afirmou que se sente temeroso já que quem causou o crime ainda não foi identificado. Ele é mototaxista, mas não trabalha, desde a morte do filho, com medo de também se tornar vítima direta da violência. Ele conclamou a população para também se manifestar contra a violência.

“Peço a população cratense que vamos nos juntar para pedir justiça para que acabe com isso, porque hoje foi meu filho, amanhã pode ser com qualquer um”, afirmou Erisvaldo.

Após receber os pais de Eduardo David, os delegados Giuliano Vieira Sena e Luiz Eduardo, concederam entrevista ao Site Miséria e falaram sobre o andamento das investigações. Segundo eles, o delegado Luiz Eduardo e dois investigadores foram designados para acompanhar este caso e estão produzindo provas para apresentar a Justiça.

“Não é uma questão de tempo”, disse o delegado Luiz Eduardo que foi designado para este caso. “A questão é que a gente tenha provas robustas dentro dos autos para realmente condenar o autor do crime ou autores. Não adianta dizermos que foi tal pessoa, mas não conseguir materializar isso nos autos”, explicou.
Caminhada percorreu ruas do Centro de Crato até a Delegacia de Polícia Civil, onde pais de vítimas foram recebidas pelos delegados (Foto: Cicero Valério/ Agência Miséria)


Entenda o caso de Eduardo Vieira David Dutra:

Eduardo Vieira David Dutra, de 19 anos, que foi morto após uma briga durante a ExpoCrato. Por volta das cinco horas de 20 de julho, Eduardo e um amigo estavam indo para casa quando foram atocaiados no bairro Seminário por dois homens que trafegavam em um veículo Hylux de cor prata. Ele foi atingido com três tiros, sendo dois na perna esquerda com fratura do fêmur e um nas costas saindo na virilha.

Jovem investigada por injúria racial é intimada a depor na segunda no RS









Jovem foi flagrada gritando "macaco" em direção ao goleiro (Foto: Reprodução/ESPN)
O ato de injúria racial envolvendo o goleiro Aranha, na partida entre Grêmio e Santos, na última quinta-feira (28), terá um importante capítulo na segunda-feira (1). É quando a polícia do Rio Grande do Sul aguarda Patrícia Moreira, às 9h, além de outra pessoa identificada, para depoimento na 4ª Delegacia de Polícia. Procurada pelo G1, a torcedora não foi encontrada.

A jovem foi flagrada gritando "macaco" em direção ao goleiro, aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio. A atitude gerou grande revolta nas redes sociais.

Diretor das delegacias regionais de Porto Alegre, o delegado Cleber Ferreira diz que ainda aguarda imagens da Arena para que a investigação dê passo adiante. Na quinta-feira, a polícia procurou a jovem na própria residência, localizada na Zona Norte de Porto Alegre. No entanto, familiares alegam que a residência da garota foi apedrejada por vizinhos na sexta-feira.

"É para os dois comparecerem na segunda. O que está demorando um pouco é a chegada das imagens no estádio. Precisamos estar em posse do material para ouvir as pessoas", explicou Cleber Ferreira.

De acordo com a polícia, apenas dois foram identificados por ato de injúria racial. Na sexta-feira (29), o Grêmio alegou que cinco torcedores haviam sido apontados pelos xingamentos, sendo que 10 pessoas foram identificadas pelo clube na confusão. Dentro desse grupo, duas foram excluídas do quadro de sócios.

Patrícia Moreira foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Ela era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida.

Torcida pode ser punida

O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul também estima que irá definir em até sete dias se aplicará punições à torcida organizada Geral do Grêmio, de onde partiram os gritos racistas. Em depoimento, o goleiro relatou que as agressões tiveram origem na torcida.

O goleiro Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre nesta sexta-feira. E voltou a comentar o episódio. "Precisamos combater o racismo enquanto ele ainda está em um nível combatível. E quando falo de racismo é em todas as áreas, todos os gêneros, de raça, de cor, de religião. Temos de ser mais próximos, mais solidários um com um outro, e sempre que percebermos uma atitude ou o início de uma atitude dessas temos de combater desde o começo", disse o jogador.

Jogo de volta suspenso

As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro Aranha tiveram mais um desdobramento no fim da noite de sexta-feira. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou pedido à Procuradoria de Justiça Desportiva e suspendeu o jogo de volta entre as duas equipes, na próxima quarta-feira (3), até que o caso seja julgado. No primeiro duelo, os paulistas bateram os gaúchos por 2 a 0.

O julgamento ocorrerá na próxima quarta. O Grêmio responderá por ato de discriminação racial por parte de torcedores, além do arremesso de papel higiênico no gramado e atraso. O clube corre risco de exclusão na Copa do Brasil e multa de até R$ 200 mil. A denúncia se apoia no artigo 243-G (discriminação racial) e no 213 (arremesso de objeto em campo), ambos do CBJD. O clube responde ainda ao artigo 191 por descumprir o regulamento e entrar em campo três minutos após o horário previsto.

Arbitragem também denunciada

Na primeira versão, o árbitro Wilton Pereira Sampaio não incluiu na súmula da partida menção a atos racistas na Arena. Após analisar as imagens da partida, o juiz colocou um adendo no qual informou ter ficado ciente do caso por meio da imprensa e que ainda fora informado por atletas do Santos. Desta forma, Pereira Sampaio, além dos assistentes Kleber Lúcio Gil e Carlos Berkenbrock e o quarto árbitro Roger Goulart, foram denunciados por infração aos artigos 261-A e 266, ambos do CBJD. Todos estão sujeitos a suspensões de até 90 dias e 360 dias, respectivamente.

O ato de injúria racial partiu da arquibancada posicionada atrás da meta defendida pelo goleiro Aranha, e levou o camisa 1 do Peixe a paralisar a partida, aos 42 do segundo tempo, para reclamar a Wilton Pereira Sampaio. O canal ESPN flagrou uma torcedora gritando "macaco" em direção ao goleiro, atitude que gerou grande revolta nas redes sociais.

A jovem é um dos dois sócios que serão excluídos do clube e apontada como suspeita pela polícia. Patrícia Moreira foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar, onde prestava serviços de auxiliar de odontologia, sendo funcionária de uma empresa terceirizada. O G1 tenta contato com ela.

Sobre o segundo suspeito de cometer os atos de injúria racial, a polícia informou que não vai divulgar seu nome.

O goleiro Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre na sexta-feira. "Precisamos combater o racismo enquanto ele ainda está em um nível combatível. E quando falo de racismo é em todas as áreas, todos os gêneros, de raça, de cor, de religião. Temos de ser mais próximos, mais solidários um com um outro, e sempre que percebermos uma atitude ou o início de uma atitude dessas temos de combater desde o começo", disse o jogador.

Fonte: G1

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