segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

282 assassinatos em janeiro na Região Metropolitana de Fortaleza








A sequência de mortes violentas na Capital e região metropolitana registra média de 9 homicídios a cada 24 horas. Maioria dos crimes fica impune (Foto: Bruno Gomes)
O primeiro mês de 2014 foi marcado pela violência na Grande Fortaleza. Entre os dias 1º e 31 de janeiro, nada menos que 282 homicídios foram registrados na Grande Fortaleza (181 na Capital e 101 na Região Metropolitana), média de nove assassinatos por dia. O índice representou um aumento de dez por cento em comparação a igual período de 2013 (quando foram registrados 253 homicídios na RMF).Os dados numéricos foram obtidos através de levantamentos estatísticos feitos pela Editoria de Polícia com base nos registros oficiais dos órgãos vinculados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), entre eles, as coordenadorias integradas de Operações de Segurança (Ciops) e de Medicina Legal (Comel), da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).RegistrosDas seis Áreas Integradas de Segurança (AIS) fixadas em Fortaleza, a de número dois (AIS) foi a que apresentou maiores taxas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), conforme a nova metodologia implantada pela SSPDS na contagem dos delitos com óbitos (homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte) no Estado.A AIS 2, que abrange 19 bairros (Antônio Bezerra, Autran Nunes, Dom Lustosa, Padre Andrade, Pici, Bonsucesso, Henrique Jorge, João XXIII, Jóquei Clube, Parque São José, Vila Peri, Conjunto Ceará (I e II), Genibaú, Granja Lisboa, Bom jardim, Canindezinho, Granja Lisboa e Siqueira), registrou, nada menos, que 50 assassinatos.Em seguida, vem a AIS-4, que abrange 26 bairros da Capital (Cajazeiras, Cambeba, Cidade dos Funcionários, Luciano Cavalcante, Guararapes, Jardim das Oliveiras, Parque Iracema, Parque Manibura, Salinas, Aerolândia, Aeroporto, Alto da Balança, Dias Macedo, Ancuri, Barroso, Conjunto Palmeiras, Jangurussu, Coaçu, Curió, Guajeru, Lagoa Redonda, Messejana, Paupina, São Bento e Boa Vista), onde ocorreram 46 casos de homicídios e latrocínios.A AIS que apresentou menor taxa de CVLI no primeiro mês do ano foi a de número três (AIS-3), de responsabilidade do 8º BPM e do 2º DP (Meireles), que contabilizou somente 22 casos de homicídios nos seguintes bairros, Aldeota, Meireles, Mucuripe, Varjota, Cais do Porto, Cidade 2000, Cocó, De Lourdes, Manuel Dias Branco, Papicu, Praia do Futuro (I e II), Vicente Pinzón, Dionísio Torres, Fátima, Joaquim Távora, José Bonifácio, Parreão, São João do Tauape, Edson Queiroz, José de Alencar, Sapiranga-Coité e Sabiaguaba.
As outras Áreas Integradas de Segurança apresentaram os seguintes índices de assassinatos, AIS-1 (28 homicídios), AIS-5 (35 crimes).CinturãoJá a AIS-06, responsável pelo ‘Cinturão Vermelho’ da orla marítima de Fortaleza, da Barra do Ceará ao Caça e Pesca, não apresentou nenhum caso de homicídio ou latrocínio (roubo seguido de morte). A região é de responsabilidade da Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur) e do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur).
Desde o último dia 14, a Deprotur passou a funcionar em regime de plantão 24 horas.Já na região Metropolitana de Fortaleza, onde estão instaladas três Áreas Integradas de Segurança (AIS-7, AIS-8 e AIS-9), foram contabilizados pela Reportagem, 101 assassinatos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. A que apresentou mais taxa de crimes violentos foi a AIS-8, que abrange cinco municípios metropolitanos (Maracanaú, Maranguape, Pacatuba, Guaiúba e Itaitinga. Em um mês, ocorreram naquela região da RMF 40 assassinatos.Na AIS-9, responsável pela segurança de sete Municípios (Eusébio, Aquiraz, Pindoretama, Cascavel, Horizonte, Pacajus e Chorozinho), foram 38 homicídios. Na AIS-7, que cobra os Municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, foram 23 casos.No bairro que até então era considerado o mais violento de Fortaleza, a Barra do Ceará, o número de homicídios vem caindo, graças às constantes operações que vêm sendo realizadas pela 3ª Companhia do 5º BPM (Cristo Redentor) juntamente com a delegacia Seccional da área, o 34º DP (Centro).CampeãoEm contrapartida, o Barroso aparece como um dos mais violentos de Fortaleza. No mês de janeiro, pelo menos, 13 pessoas foram assassinadas ali, com destaque para uma chacina que aconteceu logo no segundo dia do ano, quando quatro homens, identificados como Igor Alves Gomes, Francisco Leandro de Oliveira Soares, Leandro Ribeiro Lima e Francisco de Oliveira Soares, foram executados no Condomínio Residencial Novo Barroso ou ‘Babilônia’.Em janeiro foram registrados sete duplos homicídios. Um deles foi o primeiro caso de assassinato de 2014 na Capital, exatamente aos 47 minutos do dia 1º, quando duas jovens, Nataly Silva Lima e Francisca Regilene da Silva Sá foram executadas, a tiros, na Rua C, na Vila Velha.

Fonte: Diário do Nordeste

Juazeiro do Norte-CE: Fim de semana com quatro homicídios e quatro mortes no trânsito

Demontier Tenório///miseria.com.br
Cosme e Maurício foram presos em Farias Brito e Juazeiro, respectivamente, após matarem seu sogro e tio (Foto: Chinês/Agência Miséria)
Caiu de 10 para nove o número de mortes violentas na comparação dos dois últimos finais de semana na região do Cariri. Neste, foram quatro homicídios nos municípios de Farias Brito, Juazeiro do Norte, Crato e Pernaforte, além de quatro mortes no trânsito em Assaré, Milagres, Nova Olinda e Jardim e um suicídio em Altaneira. De acordo com levantamento feito pelo Site Miséria, um corpo chegou ainda na noite de sexta-feira no Instituto Médico Legal (IML) de Juazeiro, cinco neste sábado e mais três no domingo.

Por volta das 20 horas de sexta-feira na estrada que dá acesso ao Sítio Juá em Assaré, foi vítima de acidente com sua moto Ailton Alves da Silva, de 30 anos, que residia na Vila Amaro daquele município. Ele ainda foi levado para o Hospital de Altaneira, por ser mais próximo, vindo a falecer. Já no início da madrugada de sábado, Francisco Robério do Nascimento Gomes, de 25 anos, que residia na Vila Barreiro em Milagres, morreu no Hospital Santo Antonio de Barbalha igualmente após um acidente.

Por volta das 8 horas de sábado morreu Antonio Paz da Silva, de 64 anos, que residia na Rua José Francelino Ribeiro (Bairro Mutirão) em Farias Brito, e havia sido esfaqueado no início da madrugada. O crime aconteceu no Conjunto Mutirão II e teve como autor o seu próprio genro Cosme Barbosa da Silva, de 25 anos, morador da mesma rua da vítima, o qual lesionou outra pessoa que segue internada. Ele foi conduzido à delegacia pelos Cabos Freire e Reginaldo.

De Altaneira, chegou o corpo de Maurício Alves Caldas, de 44 aos, que residia na Rua José Pio de Oliveiira, 18 no centro da cidade, e praticou o suicídio por meio de enforcamento. Em Nova Olinda um acidente de trânsito matou Raimundo Nonato da Silva, de 39 anos, que residia no Sítio Penado em Santana do Cariri. O mesmo ocorreu com Nilberto Francisco Cipriano, de 40 anos, que residia no Sítio Cotovelo em Jardim. O acidente com ele aconteceu na rodovia CE-060.

Por volta das 9 horas deste domingo o agricultor José Gilberto Alves Maciel, de 57 anos foi morto a facadas no Sítio Carás do Umari em Juazeiro. O autor dos golpes foi o seu próprio sobrinho Maurício de Oliveira Alves, de 34 anos, que já responde por homicídios. Segundo testemunhas, a vítima fazia a manutenção de uma cerca em sua propriedade quando o acusado chegou e os dois passaram a discutir.

O desentendimento evoluiu para luta corporal quando Maurício apanhou uma faca e desferiu os golpes. Ele saiu ferido do conflito motivado por rixas antigas e foi preso ao receber atendimento no Hospital Regional do Cariri. Os dois moram na mesma localidade e há informações que Gilberto já tinha sido ameaçado de morte pelo sobrinho que até apontou arma para o mesmo.

Outro homicídio foi registrado por volta das 18h30min, porém na Rua Coronel José Maia em frente ao Hospital Santa Tereza (Bairro Vila Alta) em Crato. O autônomo Cícero Elias Machado Júnior, de 40 anos, apelidado por Paulista residia na Rua Edvan de Sousa, 45 naquele bairro e foi assassinado com duas facadas no tórax. Segundo testemunhas, o autor teria sido o jovem Gilderfrank Tavares da Silva, de 24 anos, que mora na mesma rua da vítima. De acordo com a polícia, o acusado já responde processos por homicídio e lesão corporal.

Finalmente, por volta das 22 horas deste domingo foi morto a tiros Cícero Nascimento da Silva, de 20 anos, que residia no Sítio Jurema na zona rural de Penaforte. Ele tinha acabado de sair de casa quando foi interceptado na rodovia por assaltantes que roubaram sua moto Honda Fan 150 de cor vermelha e placa KJJ-9996, inscrição do Ceará. Provavelmente, o jovem reagiu e terminou morto a tiros em mais um caso de latrocínio no Cariri.

Entidades cobram mais eficiência para conter crise carcerária no Maranhão








Comissão de Direitos Humanos da Assembleia do Maranhão ouve de presos problemas enfrentados na CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pedrinhas, em São Luís do Maranhão (Foto: Beto Macário/UOL)
A crise carcerária no Maranhão continua sendo vigiada de perto pela sociedade maranhense, entidades e autoridades do estado. Durante a última semana, foi cobrado do governo do estado mais eficácia para as medidas emergenciais adotadas para conter a violência dentro e fora dos presídios.Na sexta-feira (31), em uma carta aberta ao Comitê de Gestor Integrado, criado pelo governo estadual e o Ministério da Justiça, para gerenciar as medidas, os juízes Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula, da 1.ª Vara de Execuções Penais, e José dos Santos Costa, da 2.ª Vara da Infância e Juventude, questionaram a eficácia e a viabilidade das medidas anunciadas para conter a violência, as mortes e as fugas no sistema prisional da capital a curto prazo.Segundo os magistrados, em 10 de outubro de 2013, quando uma rebelião deixou nove mortos e 20 feridos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o governo decretou situação de emergência para acelerar a construção e reformar as unidades prisionais. Entretanto, a unidade de Imperatriz está com as obras paralisadas e a de Balsas encontra resistência da população local. “Para a construção de presídio não basta boa vontade, decreto ou sentença. O Plano de Emergência de 180 dias, decretado em 10 de outubro do ano passado, também tinha essa proposta de construções e reformas. Decorreram-se 120 dias e o que foi feito?”, diz a carta.Os juízes afirmam ainda que o mutirão carcerário da Defensoria Pública é valido e importante, mas não vai minimizar a superlotação, já que sua finalidade é analisar a legalidade das prisões, seguida de uma possível aplicação de penas alternativas. “A motivação predominante da violência e mortes entre os detentos não é a prisão ilegal. Percebe-se que é pela superlotação insuportável que ofende e brutaliza o ser humano, submetendo-os às disputas de facções criminosas.”Na carta, os juízes elencam outras medidas como necessárias para a redução da superlotação, a prevenção de novas mortes e chacinas e o fim do desrespeito a direitos humanos que vem ocorrendo no sistema carcerário. Entre elas, está a utilização da Penitenciária Feminina, com capacidade para 210 vagas, para presos do sexo masculino pelo prazo de seis meses e converter em prisão e recolhimento domiciliar as prisões definitivas e provisórias das mulheres.Os magistrados sugerem também a criação da Vara das Garantias para a análise e a filtragem das prisões em flagrante e adaptação das delegacias de polícia do interior em unidades prisionais de ressocialização, além da urgente conclusão da reforma da Casa de Detenção (Cadet), em Pedrinhas, cuja capacidade é de 400 presos e abriga atualmente 203.A Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Maranhão (OAB/MA) -  e o Conselho Federal da OAB também cobraram atitudes do governo e, na quarta-feira (29), ajuizaram ação civil pública contra o Estado do Maranhão para garantir a melhoria no sistema prisional e assegurar a indenização tanto das famílias das vítimas dos atentados a ônibus ocorridos em São Luís, no dia 3 de janeiro, quanto dos presos mortos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas entre o ano de 2013 e janeiro de 2014.

Fonte: Diário de Pernambuco

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