sábado, 4 de janeiro de 2014

Ceará termina 2013 com 1.361 transplantes








Entre as cirurgias realizadas em diferentes unidades, destacam-se pulmão e medula óssea, que dobraram o número de transplantes (Foto: Marília Camelo)
No que diz respeito à doação de órgãos e tecidos, 2013 foi mais um ano de quebra de recordes. Com 1.361 procedimentos realizados, o ano passado superou 2012 e 2011, quando foram registradas, respectivamente, 1.269 e 1.297 doações. Antes mesmo de o ano acabar, em 27 de dezembro do ano passado, o Diário do Nordeste já havia divulgado, em primeira mão, a quebra do antigo recorde - de 2011. Na ocasião, 1.308 procedimentos haviam sido realizados.

Destacam-se pulmão e medula óssea, que dobraram o número de transplantes. Foram quatro procedimentos de pulmão realizados em 2011, passando para oito no ano passado. Os de medula óssea saltaram de 26 em 2011, para 55 no ano passado. Coração, fígado e córnea também tiveram novos recordes.

Foram 30 transplantes de coração realizados no ano passado, superior aos 28 de 2012 e os 25 de 2011. Com 194 procedimentos, 2013 superou em 34 o número de transplantes de fígado realizados em 2012 (160). Liderando o ranking dos transplantes realizados no Estado, os de córnea saltaram de 718 em 2011, para 762 no ano passado.

Eliana Barbosa, coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, comenta que os avanços apresentados no Estado ao longo dos anos se devem aos principais atores deste processo: os doadores. E, principalmente, a seus familiares, que mesmo estando em momento de dor optaram por fazer esse gesto de amor e cidadania, salvando a vida de muitos cearenses e brasileiros que recorrem ao Ceará pelo expressivo número de doadores e equipes, que realizam esses procedimentos com qualidade.

A coordenadora ressalta o apoio que a Central tem do governo do Estado e dos veículos de comunicação. Com destaque para a campanha Doe de Coração, uma iniciativa da Fundação Edson Queiroz, pelo impacto que o movimento causa no processo de doação de órgãos no Estado. "É uma campanha muito forte em setembro, mas durante todo o ano é veiculada, conseguindo atingir um número significativo de pessoas", elogiou.

Até 2 de janeiro, 774 pessoas estavam na lista à espera de um transplante. Destas, 337 de rim, 268 de córnea, 132 de fígado, 10 pâncreas/ rim, 10 de medula óssea, oito de coração, seis pulmão, um de pâncreas isolado, conforme a Central.

Doe de Coração
Doar órgãos é um ato de solidariedade. É também quebrar barreiras do preconceito e amar anonimamente. É dar chance e alegria aos que lutam pelo recomeço de sua vida. Pensando nestes e em vários outros pontos relacionados à doação de órgãos, a Fundação Edson Queiroz lançou o movimento Doe de Coração, que fomenta a conscientização pela doação voluntária de órgãos no Ceará.

Neste ano, a iniciativa chega à sua 11ª edição. Realizada todo mês de setembro, a campanha sensibiliza a sociedade sobre a temática através de anúncios em veículos de comunicação, distribuição de cartilhas, cartazes e camisas. Há ainda a mobilização realizada em hospitais públicos e privados, clínicas, escolas, no Sistema Verdes Mares, na Universidade de Fortaleza (Unifor) e em outras grandes entidades. 

Fonte: Diário do Nordeste

Fiscalização do trânsito é precária na maioria dos municípios do Interior








Família inteira numa única moto é cena comum nos municípios (Foto: Honório Barbosa)
O problema do trânsito no Interior do Ceará é tão grave quanto a falta de segurança pública. Na maioria das cidades, a fiscalização é precária. Quem realiza o trabalho dos fiscais do trânsito é a Polícia Militar. Os pátios das delegacias de Polícia e das unidades regionais do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) estão lotados e, a cada dia, o número de veículos apreendidos, principalmente de motocicletas, aumenta.

No Ceará, 52 cidades têm o sistema de trânsito municipalizado, mas o serviço só funciona efetivamente em cerca de dez delas. Conforme o Detran, mais de 17 mil acidentes foram registrados no Ceará em 2013.

Nas cidades onde existem autarquias ou departamentos municipais de trânsito os flagrantes de impudência e infrações são mais frequentes nos fins de semana. Em Quixadá e Quixeramobim não se vê agentes nas ruas aos sábados e domingos. A Polícia Militar (PM) é quem está fazendo a fiscalização, flagrando motoristas e motociclistas embriagados. Até pouco tempo antes da chegada do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) na região, na maioria das vezes as vítimas eram socorridas pelas viaturas da PM.

Nas zonas rurais a situação é mais grave. Até crianças, algumas com menos de 10 anos de idade, pilotam motocicletas. Outras, dirigem até ônibus escolares. As denúncias, anônimas, costumam ser feitas através das emissoras de rádio. Os ouvintes reclamam da falta de fiscalização e da irresponsabilidade dos pais. Outros acusam os gestores municipais de solicitarem ao Governo do Estado a não realização de blitz do Detran nos seus municípios. Os responsáveis pelas autarquias e departamentos de trânsito contestam as denúncias e alegam não terem efetivos suficientes para realização de blitz com mais frequência.

Esse é o caso de Sobral. Com um contingente de 13 agentes na Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), a fiscalização na cidade trabalha principalmente com parcerias entre coirmãs como a Policia Rodoviária Federal e Estadual, além de órgãos municipais e empresas privadas para fiscalização do trânsito, de acordo com o responsável pela CTTU, coronel Tadeu Araújo.

Segundo ele, em dois anos, o crescimento da cidade causou uma explosão na frota principalmente de motocicletas. "Esse crescimento de frota, hoje com mais de 80 mil veículos, se considerarmos a frota flutuante, não acompanhou o número de expedições de Carteiras Nacionais de Habilitação, sendo hoje a condução de motocicletas sem carteira o maior problema do trânsito no Município".

Sobre o contingente reduzido, o coronel explica que a expectativa é de, neste ano, o problema seja solucionado, com a realização de concurso público.

No Centro-Sul, o ano novo começa com um problema recorrente na maioria das cidades do Interior do Ceará: a falta de fiscalização no trânsito e o abuso diário de condutores de veículos que insistem em desrespeitar as leis de trânsito. Quem percorre diariamente rodovias estaduais e as ruas das pequenas cidades no sertão cearense se depara com cenas de motos com três ou mais tripulantes, falta de uso de capacete, transporte de crianças de colo, adolescente dirigindo e condutores sem habilitação. Na cidade de Icó, por exemplo, o trânsito é municipalizado, mas falta fiscalização. O risco de acidente é evidente. Na prática, os semáforos instalados não são respeitados.

Também em Russas, a precariedade na fiscalização de trânsito se dá pelo baixo contingente de agentes de trânsito, segundo explicou o diretor adjunto do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), Gilvan Gonçalves. De acordo com ele, o município possui apenas 14 agentes, onde apenas quatro fazem a ronda diariamente no Centro da cidade. A frota de veículos licenciados no município é de 27 mil. Para o diretor, seria necessário um agente para cada mil veículos. "Não seria o ideal, mas chegaria perto", conta.

Com o número reduzido de pessoal, somente o Centro da cidade é fiscalizado, ficando a periferia exposta à negligencia de condutores. Entre as infrações mais comuns estão pessoas conduzindo motocicletas sem capacete e com o número excedente de passageiros, chegando a três ou quatro pessoas numa moto.

Sem habilitação

A zona rural também sofre com o problema, onde envolve embriaguez ao volante, menores conduzindo motocicletas, alta velocidade, pessoas não habilitadas e a não utilização do capacete. "Para um trabalho mais efetivo no trânsito, tanto na zona urbana quanto na zona rural, seriam necessários 50 agente efetivos. Estamos aguardando um concurso público prometido pela prefeitura", diz ele.
As maiores infrações no trânsito em Crateús são estacionamento proibido na zona urbana e na zona rural, menor ao volante, uso de descargas adulteradas e excesso de velocidade, de acordo com informações do Demutran. Na cidade a situação é regular; há guardas diuturnamente nas ruas, especialmente na área central e moto-patrulhas circulam nas demais vias. É na zona rural onde a situação é crítica, devido à imprudência dos condutores que dirigem pelas ruas e estradas vicinais e a pouca - quase inexistente - fiscalização.

Segundo o Demutran, o contingente de agentes é insuficiente para fiscalizar sede e zona rural. Nove agentes realizam o trabalho na sede. O órgão vai ao Interior quando é acionado pela população ou em parceria com a Polícia Militar.

"Na cidade, conseguimos equacionar soluções, como uso de capacete, obediência às faixas de pedestres e diminuição de menores ao volante. As pessoas estão mais conscientes. Na zona rural não temos contingente para a fiscalização diária, nem semanal. Colocamos sinalização nos distritos, mas fiscalizamos eventualmente, após denúncias da população" diz o diretor do Demutran, Severino Gomes.

Fonte: Diário do Nordeste

Matança de mulheres ano passado no Cariri foi 8,33% superior a 2012

Demontier Tenório///(Foto: Arquivo/Agência Miséria)
Velório de Joana foi marcado por sentimento de revolta em Aurora (Foto: Arquivo/Agência Miséria)
Um levantamento feito pelo Site Miséria mostra um número de homicídios contra mulheres maior na comparação entre os últimos dois anos na região do Cariri. Enquanto em 2012 um total de 22 pessoas do sexo feminino já tinha morrido, este ano foram 24 mulheres ou 8,33% a mais. Em maio, a relação percentual entre 2012 e 2013 era 36% menor caindo para 30,7% em junho e nova queda para 20% em julho.

Novo decréscimo em agosto para 12,5%, outra redução para 11,11% em setembro, um empate em outubro, uma diferença para menos de apenas 4,5% no mês de novembro e a superação no mês seguinte. Dezembro registrou o assassinato de três mulheres contra somente uma no mês anterior ou um crescimento de 200 por cento entre os dois últimos meses do ano

No décimo primeiro mês do ano, o único homicídio se deu em Juazeiro. Já no mês seguinte foram em Nova Olinda, Juazeiro e Aurora. No período de um ano, oito mulheres foram mortas em Juazeiro, outras quatro em Crato, duas em Campos Sales, mais duas em Mauriti e as demais em Brejo Santo, Santana do Cariri, Missão Velha, Milagres, Araripe, Barbalha, Nova Olinda e Aurora.

No dia 1º de dezembro, Raiani Melo dos Santos, de 4 anos, que residia na Travessa Leonel Pereira em Nova Olinda, foi atingida por uma bala perdida na testa e morreu. Dois dias após, Francisca Silvany da Silva Lima, de 21 anos, foi assassinada a tiros em sua casa na Rua Osana Pereira (João Cabral) em Juazeiro e, no dia 14, Joana Alexandre Lucena, de 32 anos, foi morta com 32 facadas em sua residência na Rua Rosa Mística (Bairro Araçá) em Aurora.

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