sábado, 28 de dezembro de 2013

Cães farejadores e caneta de insulina incriminaram padrasto de Joaquim









Guilherme Longo foi indiciado por homicídio doloso triplamente qualificado e ocultação de cadáver (Foto: Mauricio Glauco/EPTV)
O delegado Paulo Henrique Martins de Castro, que chefia as investigações sobre a morte do menino Joaquim Ponte Marques, entregou à Justiça a conclusão do inquérito policial sobre o caso na tarde desta sexta-feira (27). No relatório final, entregue na 2ª Vara de Execuções Criminais do Fórum de Ribeirão Preto (SP), Castro indicia o padrasto do menino, Guilherme Longo, pelos crimes de homicídio doloso triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O pedido de prisão preventiva do técnico em TI também foi anexado ao documento.

A mãe de Joaquim, a psicóloga Natália Ponte, não foi indiciada pelo delegado, apesar de o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino ter afirmado nesta quinta-feira (26) que vai denunciá-la por omissão e pedir sua prisão preventiva. Para Castro, não há provas que responsabilizem Natália pela morte do menino. "No meu entendimento não havia provas necessárias nem provas cabais que a envolvessem no homícidio", diz.

De acordo com Castro, o indiciamento de Longo foi feito baseado num conjunto de provas. No entanto, segundo o delegado, o trajeto feito pelos cães farejadores e a diferença de doses de insulina encontrada em uma das canetas que eram utilizadas no menino -que sofria de diabetes- foram determinantes para incriminar o padrasto.

"O fato de o cachorro farejar o mesmo trajeto feito pelo Joaquim e pelo padrasto, da casa até o córrego onde o menino foi jogado, indica que quem caminhou e levou o menino até lá foi o Guilherme. A falta de insulina na caneta em quantidade excessiva também foi um indício importante. A substância não vaza da caneta sozinha, tem que ser feita alguma aplicação", explica.

O delegado disse ainda que o processo mais trabalhoso do inquérito foi desvendar a dinâmica do crime, uma vez que não havia testemunhas no dia do desaparecimento do menino. "Somente a vítima e o autor participaram do crime. Não houve lesão, não houve violência física contra a criança. Também não havia marcas do crime premeditado, o que não deixou muitos vestígios. Levantar todos esses indícios e formalizar todas as provas foi o mais difícil", diz.

PromotoriaO promotor Marcus Túlio Nicolino disse ao G1 nesta quinta-feira (26) que vai pedir a prisão preventiva e denunciar Natália Ponte por omissão na morte de Joaquim. Na prática, o promotor explica que, caso a Justiça acate a ação penal, Natália passará a ser considerada ré no processo.

O promotor terá um prazo de cinco dias para se pronunciar sobre o resultado das investigações. Mesmo sem ter tido acesso ao documento, ele afirmou ter convicção de que Natália sabia que Longo -apontado como principal suspeito pela morte de Joaquim- não tinha condições psicológicas de cuidar do menino.

Entenda o casoJoaquim Ponte Marques foi encontrado morto no dia 10 de novembro, boiando no Rio Pardo. Ele havia desaparecido no dia 5 de novembro da casa onde vivia com a mãe Natália Ponte, o padrasto, Guilherme Longo, e o irmão, no bairro Jardim Independência, em Ribeirão Preto.

O padrasto de Joaquim está detido na Delegacia Seccional de Barretos desde que o corpo do menino foi encontrado e foi indiciado por homicídio triplamente qualificado. Também investigada, Natália foi solta da Cadeia Feminina de Franca no dia 11, após cumprir 31 dias de prisão temporária.

O habeas corpus concedido à psicóloga foi proferido pelo desembargador Péricles Piza, da 1ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP, considerando que a mãe de Joaquim, em liberdade, não prejudicaria o curso das investigações. O pedido de soltura foi solicitado por um advogado de São Paulo que não atua no caso.

Fonte: G1

Fábrica de armas abastecia quadrilhas no Interior do CE








Armas de grosso calibre, como fuzis, submetralhadoras e pistolas, são usadas por bandidos no momento em que eles sitiam cidades do Interior (Foto: Helosa Araújo)
Uma operação sigilosa envolvendo policiais da Delegacia Regional de Quixadá e da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) resultou, na manhã de ontem, na descoberta de uma fábrica de armas de grosso calibre na região entre Quixadá e o Município de Ocara (95Km de Fortaleza).  Segundo informações preliminares da Polícia Civil, armas de grosso calibre, como submetralhadoras, escopetas e carabinas eram fabricadas na região e serviam para municiar quadrilhas que vinham atacando bancos no Interior cearense, especialmente das regiões do Sertão Central, centro-Sul, Maciço de Baturité e Vale do Jaguaribe.

Prossegue
Conforme o diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegado Rommel Kerth, procurado pela Reportagem no fim da tarde de ontem, todas as informações sobre a operação não poderiam ainda ser reveladas, visto que as diligências ainda estavam em andamento. 

Segundo Kerth, pelo menos uma pessoa já havia sido presa e as diligências visavam a captura de outros envolvidos na fabricação do armamento pesado. 

A fábrica de armas de fogo teria sido montada em Ocara e a Polícia Civil chegou ao local depois de investigações sigilosas feitas a partir da identificação e prisão de envolvidos nas ações contra agências bancárias naquela região do Sertão. O trabalho sigiloso da DRF culminou na informação sobre o armamento que os bandos usavam nos ataques em cidades de pequeno e médio porte. Ao estilo do ‘novo cangaço’, os assaltantes rendiam os moradores depois de sitiar as cidade. Em seguida, os policiais do lugar eram vítimas de emboscada nos próprios prédios dos destacamentos e pelotões, sendo alvo de tiros e, assim, impedidos de sair para tentar impedir o ataque.

Nos bancos, outra parte da quadrilha se encarregava de colocar explosivos nos caixas eletrônicos e cofres para destruir os equipamentos e ter acesso ao dinheiro. Isso se repetiu, pelo menos, 43 vezes. Alguns ataques foram bem sucedidos para os ladrões. Outros, acabaram sendo frustrados pela inabilidade dos ladrões em manusear os artefatos ou pela intervenção policial. 

Cidades
As cidades cujos ataques foram seguidos de explosões de bancos se espalham por praticamente todas as regiões do Estado do Ceará, entre elas, São Gonçalo do Amarante, Senador Sá, Monsenhor Tabosa, Pacatuba, Jijoca de Jericoacoara, Tejuçuoca, Palmácia, Morada Nova, Apuiarés, Jaguaribara, Tamboril, Senador Sá, Pentecoste, Monsenhor Tabosa e Aracati. 
Mais recentemente, duas operações da Polícia Militar resultaram em tiroteios que terminaram na morte de, pelo menos, sete assaltantes. A primeira ocorreu após o ataque à cidade de Itarema, no litoral Oeste do Estado (237Km de Fortaleza), onde um confronto deixou dois bandidos mortos, além de um morador daquela cidade. A Polícia apreendeu um forte armamento e explosivos usados pelos ladrões. Parte do bando foi presa posteriormente. 

Já em Ararendá, um confronto deixou seis mortos, entre eles, um soldado da Polícia Militar que trocou tiros com os ladrões em fuga. Posteriormente, em um cerco da PM, cinco assaltantes também tombaram. 
Conforme dados oficiais, neste ano, foram registrados 88 ataques a bancos e postos bancários no Estado do Ceará. Os três últimos aconteceram num único dia, 11 de dezembro, quando agências foram assaltadas em Fortaleza, Ararendá e Ocara. 
E foi a partir da ação da quadrilha que agiu em Ocara, quando um cofre do Banco do Brasil foi roubado pelos ladrões, que a Polícia Civil aprofundou as investigações e, ontem, chegou ao local onde as armas dos criminosos eram fabricadas.

Prisão
Em outra operação realizada ontem, policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), destacados na Companhia Comando Tático Rural (Cotar), sob o comando do capitão Rodrigues, capturaram um suspeito de assaltos a bancos no Vale do Jaguaribe.

A prisão aconteceu na cidade de São João do Jaguaribe (213Km de Fortaleza), onde foi preso Rael Paula da Silva, 21. Ele realizava manobras perigosas em um Gol preto nas proximidades da sede do Destacamento da PM da cidade, quando oi abordado. Com ele, foi encontrado um revólver de calibre 22. Segundo a Polícia, ele teria participado do assalto à agência do Bradesco local no dia 26 de julho último.

Fonte: Diário do Nordeste

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