Vídeo exclusivo do Bom Dia Brasil mostra rapaz em cadeira de rodas sendo
derrubado e arrastado para fora por seguranças do próprio hospital.
Pacientes que buscavam atendimento em um hospital público de Campina
Grande, na Paraíba, não chegaram a ver nenhum médico e foram agredidos
por seguranças do próprio hospital. Com exclusividade, a equipe do Bom
Dia Brasil teve acesso ao vídeo que mostra as agressões. A reportagem é
de Waléria Assunção. As cenas de violência aconteceram na recepção do
hospital.
Um rapaz na
cadeira de rodas sentia dores na coluna. Como estava sem documentos, o
atendimento foi negado, o que deu início a uma discussão. Ele e os dois
acompanhantes foram agredidos pelos seguranças. O cadeirante foi
derrubado e arrastado para fora do hospital. "Chamaram o segurança e ele
veio com total truculência, me arrancaram da cadeira de rodas e me
levaram como se fosse um nada. Foi só ameaça e pancadaria", diz o homem.
As imagens são do circuito interno do Hospital de Emergência e Trauma
de Campina Grande, interior da Paraíba. O policial responsável pela
segurança do hospital alegou que os militares agiram em legítima defesa.
"O sargento sofreu quatro socos, reagiu e deteve esse rapaz. Ele agiu
corretamente, cumpriu o seu dever”, diz o Major José Carlos Carvalho,
coordenador de segurança. Um dos acompanhantes agredidos foi processado e
condenado por desacato. "Eu fui vítima de uma violência e ainda saí
como réu de toda a situação, como criminoso", conta. Em outra denúncia,
registrada na polícia há poucos dias, um rapaz de 18 anos acusa de
agressão três policiais militares que prestam serviço no hospital. Ele
teria sido agredido após pedir uma cadeira de rodas para a avó, que
aguardava atendimento. "Batiam e falaram palavrão, mandando eu me calar.
Falando que quando chegasse na central eu ia apanhar mais", afirma o
rapaz. Segundo a irmã dele, a vítima tem problemas de dicção. “Ele tem
uma dicção que não dá para entender, e também ele é especial. A revolta
dele foi pela falta de atendimento com minha avó”, diz a irmã do rapaz. O
diretor do hospital condenou a reação dos funcionários nos dois
episódios e argumenta que os pacientes chegaram agressivos. "Nada disso
justifica esse tipo de atitude. A orientação que é dada à segurança é no
sentido de imobilização dessas pessoas e chamar a polícia", explica
Geraldo Medeiros, diretor do Hospital de Trauma. Três seguranças foram
afastados dos cargos e outros dois suspensos temporariamente. "Que
realmente eles coloquem pessoas que saibam trabalhar com outras pessoas
que estão precisando ser atendidas. Que tirem essas pessoas que não
sabem trabalhar, que não sabem lidar com gente”, lamenta a irmã do
rapaz.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil


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