segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Juazeiro do Norte-CE: Mulher assassinada a tiros foi uma das oito mortes violentas do fim de semana no Cariri


Demontier Tenório///miseria.com.br
Raimunda Martins Lima, de 31 anos, foi morta a tiros na porta de casa (Foto: Cicero Valério/Reprodução)
Subiu de seis para oito, na comparação dos dois últimos finais de semana, o número de corpos necropsiados no Instituto Médico Legal (IML) de Juazeiro do Norte. Neste, foram três homicídios em Juazeiro, mortes em consequência de acidentes no trânsito em Milagres e Barbalha, um suicídio em Mauriti e dois cadáveres encontrados em Farias Brito e Crato. O IML recebeu dois corpos na sexta-feira, um no sábado e o restante no decorrer deste domingo.

Por volta das 20 horas desta sexta-feira, Carlos Alexandre de Morais Ferreira, de 32 anos, o Zóia, foi morto com um tiro na cabeça na calçada de sua residência na Rua Manuel Casimiro (Triângulo) em Juazeiro. Ali chegaram dois homens armados em uma moto Honda Fan de cor preta e um deles efetuou o disparo sem qualquer discussão prévia. A vítima não tinha passagens pela polícia e foi o terceiro homicídio em uma semana no Juazeiro.

Ainda na noite de sexta-feira morreu no Hospital Santo Antonio de Barbalha, o jovem Cícero Daniel dos Santos Lima, de 24 anos, que residia na Rua José de Alencar (Bairro Francisca do Socorro) em Milagres. No último dia 21 de dezembro, ele se envolveu em um acidente com motocicleta naquele município e veio parar no hospital barbalhense, onde morreu 20 dias depois.

Na manhã de sábado morreu igualmente no Hospital Santo Antonio de Barbalha, Dernival Xavier, de 34 anos, que residia no Distrito de Arajara naquele município. Por volta das 07h30min do dia 1º de janeiro, na estrada que dá acesso ao Sítio Esperança situado naquela localidade, foi registrada a colisão entre uma moto Honda CG 125 de cor azul e um Celta, cujo motorista fugiu. Dermival pilotava a moto na qual conduzia duas mulheres as quais sofreram ferimentos leves.

Morreu na madrugada de domingo no Hospital Regional do Cariri, Edgar dos Santos Silva, de 20 anos, que residia no bairro Pirajá em Juazeiro. Por volta das 22 horas de sábado, ele foi alvejado com quatro tiros de revólver, sendo um deles na cabeça e faleceu três horas após ser baleado na Rua Dom Bosco (Santa Tereza). Edgar respondia inquérito por um roubo praticado no dia 27 de dezembro quando foi detido por populares na Rua Rui Barbosa (Franciscanos). Ele tinha acabado de tomar o celular de uma pessoa de 18 anos residente na Lagoa Seca.

Já o aposentado Francisco Ermíno Alves, de 68 anos, que residia no Sítio Félix na zona rural de Mauriti, praticou o suicídio por meio de enforcamento em sua casa. Enquanto isso, na Travessa Dom Bosco (Bairro Gizélia Pinheiro) em Crato foi encontrado o cadáver de Francisco José Aleixo da Silva, de 31 anos. Não havia marcas de violência e a causa de sua morte ainda está indeterminada.

Por volta das 17h30min foi encontrado o corpo de João Duarte, de 40 anos, dentro de sua casa na Rua Augusto Moreira, 336 (Bairro Alecrim) em Farias Brito. Segundo vizinhos, há dois dias que o mesmo não era visto na rua e um deles subiu ao telhado para averiguar observando que o mesmo estava deitado em uma rede. Por diversas vezes o chamou e este não respondeu optando por avisar à polícia que foi ao local e arrombou a porta do imóvel percebendo que João havia morrido. Não havia marcas de violência e a provável causa da morte pode ter sido um mal súbito, mas o corpo foi trazido ao IML.

Por volta das 20h30min, na Rua Francisco Filgueiras Cruz (Timbaúbas) em Juazeiro, Raimunda Martins Lima, de 31 anos, conhecida como Pipiu, estava na porta de casa quando foi surpreendida por disparos de revólver efetuados por dois homens que trafegavam em uma Honda Bros de cor vermelha. A mesma ainda foi socorrida ao Hospital Regional do Cariri, mas faleceu a caminho após ser atingida no tórax e braço. Ela figura em inquérito como testemunha de ameaça de morte, mas seu companheiro e mototaxista apelidado por Cacique diz acreditar que tenha sido morta por engano. O casal tinha acabado de promover a “Reza do Santo” e se encontrava na calçada de casa.

População carcerária cresce 51,9 por cento em cinco anos no Ceará








Todas as unidades prisionais do Ceará estão lotadas ou com a capacidade esgotada (Foto: Agência Brasil)
Mais de sete mil novos presos ingressaram no Sistema Penal do Ceará somente no ano passado, o que representou um acréscimo de 9,2 por cento em 12 meses. Em cinco anos, de 2008 a 2013, esse crescimento foi avassalador, passando de 12.766 presos para 19.392, um avanço da ordem de 51,9 por cento.Esta é a constatação da Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus), órgão estadual responsável pela administração das unidades prisionais locais. Com este acréscimo, a massa carcerária cearense está bem próxima de chegar a 20 mil pessoas reclusas.Esse ´inchaço´ no Sistema Penal no Ceará segue a tendência de todo o País e, ao mesmo tempo, ocasiona um problema de difícil solução: a superlotação nas unidades prisionais e também nas delegacias de Polícia Civil, notadamente, aquelas da Capital e da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).LotadasSem vagas para abrigar tantos presos no Sistema Penal, a Justiça cearense, através da Vara das Execuções Penais e Corregedoria dos Presídios decidiu proibir a entrada de novos presos nas Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs), presídios e penitenciárias da Grande Fortaleza (RMF).O efeito dessa medida logo teve um reflexo, as delegacias voltaram a ficar lotadas de presos que já deveriam ter sido transferidos para o sistema, já que as investigações às quais eles estavam sendo submetidas foram encerradas na Polícia. Até a semana passada, cerca de 560 presos aguardavam remoção. Os transtornos causados pela massa carcerária nas delegacias são muitos.Vão desde a paralisação das investigações ao desvio de função por parte dos inspetores, escrivães e delegados (já que eles passam a atuar como verdadeiros carcereiros). Além disso, as carceragens das delegacias se transformam em verdadeiros ´cadeirões humanos´, onde dezenas de presos se apertam em celas quentes de dia e úmidas à noite, brigam por espaço para dormir e dividir a pouca comida que chega até eles.A situação de afronta aos direitos humanos se agrava quando ocorre um conflito. Brigas, espancamentos, motins e tentativas de fuga voltam a atormentar quem trabalha nas DPs.Na última semana de 2013, o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, delegado Jairo Façanha Pequeno, relatou o grave quadro nas DPs.Segundo ele, em algumas distritais e metropolitanas a situação é bem mais graves, pois presos doentes estavam misturados com os demais.A Secretaria da Justiça e da Cidadania anunciou a aquisição de equipamentos de segurança para os presídios. Aparelhos como scanners e de raio-X serão instalados nas unidades penais para impedir fugas e outros episódios de violência. Também foi anunciada a criação de um grupo especial formado por agentes penitenciários para dar reforço na segurança das cadeias. Trata-se do Ronda de Operações Padrões (ROP). Esse grupo vai se juntar ao Grupo de Apoio Penitenciário (GAP), que já atua em situações de risco, como no controle de rebeliões e motins junto com a PM. Outros equipamentos de segurança foram também entregues à direção dos presídios.

Fonte: Diário do Nordeste

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