sábado, 7 de julho de 2018

Polícia apura relação do cantor Frank Aguiar com suspeito de tráfico de drogas; cantor nega. Assista ao vídeo



O vice-prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Frank Aguiar, candidato a deputado federal pelo PMDB, é investigado pela Polícia Civil de São Paulo por ter ligações com um suspeito de "comandar rotas nacional e internacional de tráfico de drogas".
O mesmo inquérito apura ainda uma suposta rede de proteção a Frank Aguiar, para tentar livrá-lo da investigação, da qual teria participado o ex-secretário da Segurança Antonio Ferreira Pinto, também candidato à Câmara dos Deputados.
Segundo documentos obtidos pela Folha, Frank aparece em várias escutas telefônicas com Jailson Lopes de Souza, o Jabá, "largamente conhecido nos meios policiais como traficante internacional de entorpecentes".
Essas interceptações, com autorização judicial, ocorreram em investigação iniciada pela polícia após uma apreensão de 230 quilos de cocaína ocorrida em 2011, em Itu (101 km de São Paulo).
As escutas demonstraram que Souza, segundo o relatório policial, explorava o prestígio de Frank para beneficiar uma rede de empresas-fantasmas para lavagem de dinheiro do tráfico e venda de combustível adulterado.
Em uma das conversas, o vice-prefeito é indicado por Jabá a um empresário do Nordeste para tentar desenrolar a venda de uma concessionária da Volkswagen, pertencente a esse empresário, com a cúpula da montadora.
Souza passa o número do celular pessoal de Frank ao empresário e lhe dá a senha: dizer que vai "sobrar uma quirela" para o político. As conversas mostram, ainda, que ambos participam de eventos juntos, são vizinhos e trocam visitas.
Segundo o relatório da polícia, a casa de 949 m² em que Frank Aguiar mora no condomínio Swiss Park, em São Bernardo, está registrada em nome do suspeito de tráfico internacional.
Embora o inquérito tenha suspeitas graves, principalmente contra Souza, ele ficou parado de abril de 2012 até fevereiro deste ano. Isso aconteceu, segundo documentos, após dois investigadores serem afastados do caso.
Ouvidos em setembro, os policiais afirmaram que o afastamento deles ocorreu após ordem direita do então secretário Ferreira Pinto, conforme puderam ouvir em ligação telefônica com seu chefe.
Além disso, os policiais dizem que o relatório anexado no inquérito foi fraudado. O documento produzido por eles, com cinco páginas a mais que as três anexadas, continha citações a Frank.
No relatório supostamente fraudado a participação do cantor e político não aparece em nenhuma linha. A polícia já pediu à Justiça autorização para buscas nas casas de Frank e de Souza.
OUTRO LADO - Frank Aguiar e Ferreira Pinto negaram que se conhecem pessoalmente e disseram haver motivação eleitoral na investigação da Polícia Civil.
Frank Aguiar admitiu ter relação de amizade com Souza, mas negou que soubesse da suspeita de ligação dele com o tráfico de drogas. Também confirmou ter comprado imóvel do empresário e de ter intermediado venda de concessionária, mas negou ter recebido recursos pela ajuda.
Ferreira Pinto disse que não sabia de apuração sobre o cantor e que a suspeita envolvendo seu nome "não faz sentido"."Minha biografia não permite insinuação em relação a isso", afirmou.

 Informações com Jornal Folha de São Paulo

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