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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Justiça proíbe circulação de revista que liga Cid a escândalo da Petrobras









Edição da IstoÉ relacionava escândalo na Petrobras com financiamento de campanhas eleitorais (Foto: Reprodução/Facebook)
A juíza Maria Marleide Maciel Queiroz, da 3ª Vara da Família de Fortaleza, determinou que a revista IstoÉ desta semana seja retirada de circulação em todo país. A juíza deferiu no domingo (14) ação movida pelo governador do Ceará, Cid Gomes, citado na edição como um dos envolvidos no escândalo da Petrobras. O governador entrou com ação contra a revista por “calúnia, difamação e dano moral”

Segundo reportagem da revista "Veja" da semana passada, durante depoimentos aos procuradores da República, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, delatou que três governadores, seis senadores, um ministro e, pelo menos, 25 deputados federais foram beneficiados com pagamentos de propinas oriundas de contratos com fornecedores da estatal. Nesta semana, a IstoÉ disse que a lista é ainda mais longa e que Paulo Roberto Costa citou inclusive o governador do Ceará.

Integrante da diretoria da Petrobras entre 2004 e 2012, Costa foi preso pela Polícia Federal (PF) durante as investigações da Operação Lava Jato, que revelou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Devido às acusações, ele está preso no Paraná. O ex-diretor da estatal do petróleo fez um acordo de delação premiada.

A IstoÉ disse que estuda os autos do processo e deve recorrer da decisão. A revista já está cumprindo a determinação judicial, ainda em caráter liminar. No site, a matéria já foi retirada do ar.

O Tribunal de Justiça do Ceará, por meio da assessoria de comunicação, informou que a ação segue em segredo de Justiça.

O Governo do Ceará divulgou nota no site nesta segunda-feira (16) informando sobre a abertura do processo contra a revista. "Não tenho, nem nunca tive, qualquer envolvimento nem qualquer tratativa pessoal com o citado ex-diretor da Petrobras, muito menos qualquer conversa indecente ou corrupta. Todo o meu relacionamento com a Petrobras sempre foi institucional", diz a nota do governador que atribuiu a denúncia a "práticas imundas" eleitoreiras.

Leia na íntegra a nota de Cid Gomes:

"Em respeito à opinião pública cearense e brasileira, a propósito de infamante citação de meu nome, sem qualquer fundamento ou base, em matéria relativa ao chamado escândalo da Petrobras na edição desta semana da Revista IstoÉ, esclareço:

1.Estou processando a citada revista por calúnia, difamação e por dano moral por ter abrigado clara armação criada por meus adversários, visando interferir na disputa eleitoral no Ceará;

2. Não tenho, nem nunca tive, qualquer envolvimento nem qualquer tratativa pessoal com o citado ex-diretor da Petrobras, muito menos qualquer conversa indecente ou corrupta. Todo o meu relacionamento com a Petrobras sempre foi institucional;

3. Esta clara fraude envolvendo o meu nome em véspera de eleição repete prática imunda que já tive de enfrentar quatro anos atrás, quando da publicação de invenções envolvendo meu nome e o nome do meu irmão, Ciro Gomes, que se revelaram completamente falsas;

4. O Brasil não suporta mais assistir a corrupção impune nem pode dar aos malfeitores e ladrões do dinheiro público o prêmio da impunidade, senão chegaremos ao fundo do poço em que os salafrários reinarão e ainda se sentirão autorizados a enlamear a honra de quem faz da vida pública uma prática decente. É o caso presente e a justiça tem a obrigação, de, celeremente, achar e punir os culpados".

Fonte: G1 CE

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