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domingo, 14 de setembro de 2014

Fábrica-escola de cana-de-açúcar começa a funcionar em Barbalha


Elizângela Santos
O equipamento estará também voltado para a formação de técnicos que deverão atuar no segmento. (Foto: Elizângela Santos)
Começa a funcionar ainda nesta semana, a Fábrica-Escola de Cana-de-Açúcar no Cariri, neste município. Mesmo inaugurada em julho, não havia iniciado a operação, por falta de uma entidade para gerir o equipamento, pelo menos até o mês de janeiro do próximo ano, quando terá administração assumida pelo Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec). O projeto da fábrica foi iniciado em 2009, com a finalidade de fortalecer o setor canavieiro na região, em decadência desde o fechamento da Usina Manoel Costa Filho, adquirida pelo estado há mais de um ano, e o fechamento de dezenas de engenhos.

A fábrica-escola será gerida por uma associação de produtores de agricultura familiar. Segundo o secretário de Agricultura d Barbalha, Elismar Vasconcelos, a meta era que a fábrica-escola entrasse em funcionamento logo que foi inaugurada, mas houve dificuldade em ter uma entidade com todos os trâmites normais para poder gerir o equipamento. A pretensão é que a abertura ocorra ainda nesta terça-feira, por conta da demanda de romeiros e turistas na região do Cariri, em virtude da Romaria de Nossa Senhora das Dores.

O turismo regional será um dos focos de divulgação do produto, já que a maior parte dos visitantes que vêm a romaria é de outros estados nordestinos. Todos os produtos processados na usina serão de base orgânica, a exemplo da tradicional rapadura, que ao longo dos anos perdeu mercado no Nordeste. No caso desse produto, grande parte dos fabricantes insere na sua fabricação produtos como o açúcar.

A fábrica-escola estará também voltada para a formação de técnicos que deverão atuar no segmento, já que a pretensão com a compra da usina pelo Estado do Ceará, por mais de R$ 15 milhões, é possibilitar a retomada no setor. Até o momento, não há perspectiva de comprador para a usina, e nem tão pouco estimativa de retomada da produção da cana-de-açúcar na região do Cariri, com a grande redução de áreas plantadas.
Com todos os requisitos voltados para o processamento da cana, inclusive a rapadura e a cachaça, o projeto vem sendo trabalhado para a região há mais de cinco anos. (Foto: Elizângela Santos)

Visitação


Apenas dois engenhos ainda estão em funcionamento. Dois fecharam no ano passado, inclusive um deles, no sítio Estrela, em Barbalha, era bastante visitado pelos romeiros que vêm ao Juazeiro do Norte. A passagem pelo local era quase obrigatória para a compra da rapadura e batida.

De acordo com o secretário, a meta é não perder o foco desses turistas e fazer com que as pessoas passem a visitar o espaço e adquirir os produtos feitos na própria região. Com isso, ele afirma que serão fabricadas a rapaduras pequenas, quase do tamanho de tabletes para tornar o consumo facilitado. Além desse produto, um dos mais populares, serão fabricados o álcool utilizado no consumo automotivo e a tradicional cachaça do brejo.

A gestão da usina será efetivada por meio de convênio do Estado com a associação, mas a partir de janeiro, conforme Elismar, será definido pelo próprio Centec como será o andamento das atividades. Ele não descarta a possibilidade de haver participação de uma entidade, a exemplo da própria associação de pequenos produtores. Eles serão capacitados para operacionalizar as máquinas. A fábrica-escola foi projetada nos moldes de uma mini-usina de cana-de-açúcar e não se descarta a possibilidade de ser um modelo adotado também por produtores da região, para produzir derivados do produto em pequena escala.

Com todos os requisitos voltados para o processamento da cana, com produtos orgânicos, até já testados pelos próprios técnicos, como o álcool para os automóveis, a rapadura sem adição de açúcar e a cachaça, o projeto vem sendo trabalhado para a região há mais de cinco anos, e somente no final do primeiro semestre desse ano foi concluído por meio de Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Centec e prefeitura de Barbalha, além do Instituto Agropolos. Cada instituição exercerá papéis distintos em prol da administração e do pleno funcionamento da empresa, desde adequação da estrutura, manutenção de equipamentos, assistência técnica, acompanhamento de processos administrativos, realização de cursos referentes às atividades da fábrica e contratação de pessoal para atuar na produção.

A Região do Cariri foi uma grande produtora de cana-de-açúcar desde o início do século XIX e atualmente busca restabelecer a cultura da cana. A atividade agroindustrial cresceu a ponto de proporcionar o desenvolvimento de indústria sofisticada de engenhos e caldeiras, com tecnologia inglesa, e motivar a migração de artesãos italianos especializados na construção de artefatos de cobre para uso na produção de rapadura, segundo historiadores. A fábica-escola recebeu o nome do Mestre Pedro, paraibano que se estabeleceu no Cariri, como o maior especialista em maquinários do segmento, além de poeta. Também estará disponível no local uma lojinha para atender os turistas.

Mais informações:

SDA
Av. Bezerra de Menezes - Nº 1820,
São Gerardo - Fortaleza
Telefone: (85) 3101.8002

Fonte: Diário do Nordeste

Crato-CE: Romaria do Caldeirão reunirá até 3 mil fiéis

Elizângela Santos
Ato religioso acontece há 15 anos, no entorno do cruzeiro construído pela comunidade, fortalecendo a atuação dos movimentos sociais e das pastorais da Diocese. (Foto: Elizângela Santos)
Mais de 3 mil pessoas deverão participar no próximo dia 21, da 15ª Romaria do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, no município do Crato. O evento anual reúne caravanas de cidades da região e outras partes do Estado, para reverenciar a memória do beato José Lourenço e das vítimas do Caldeirão, além de fortalecer a atuação dos movimentos sociais e das pastorais da Diocese. Este ano, o evento comemora o Jubileu Diocesano, dos 100 anos de criação da Diocese do Crato.

O evento será iniciado a partir das 7h30, com missa presidida pelo bispo diocesano Dom Fernando Panico, às 8 horas, além de contar com apresentações de grupos de tradição. Distante cerca de 32 quilômetros da sede do Crato, todos os anos, os fiéis católicos e as pessoas interessadas em conhecer um pouco mais da história do local, se deslocam pela estrada de terra até onde se estabeleceu uma das experiências comunitárias mais exitosas já realizadas no Nordeste, além de Canudos. As vítimas do Caldeirão, conforme relatos históricos, mortas pelas milícias do governo, nos anos 30, são lembradas com as homenagens. O sítio fica entre os distritos de Santa Fé e Dom Quintino.

Sintonia

Neste ano, o tema central da reflexão será "Preservando a Vida e a Cultura nas Comunidades". O padre Vilecy Basílio Vidal, coordenador do evento, afirma que a romaria fará parte do encerramento da semana do EcoCaldeirão, que será realizada desde de 15 a 21 de setembro, com palestras nas comunidades, além de um amplo debate nas escolas e meios de comunicação. Ele destaca que o evento, no domingo, será iniciado com a acolhida dos romeiros. "Essa semana está sintonizada, além do jubileu diocesano, com as comunidades de base, pastorais e os movimentos sociais", ressalta.

O pároco afirma que todo um trabalho é feito antes mesmo de realizar a romaria. Os participantes são orientados a levar água e alimento para partilharem. Segundo ele, das 55 paróquias da diocese, pelo menos 20 deverão estar representadas. Nesses 15 anos de realização, a romaria já é considerada uma das mais importantes expressões de fé do município do Crato.

Vários projetos já foram pensados para o resgate e a preservação da memória do Caldeirão, além de ampliar o turismo em Crato. Mesmo não obtendo êxito, até o momento, a aposta é ceder o espaço em regime de comodato para a Universidade Federal do Cariri (UFCA), pela prefeitura do Crato. O debate nesse sentido deverá ser fortalecido, com a aprovação e projeto na câmara municipal. Segundo a Secretaria de Cultura do Crato, Dane de Jade, essa proposta irá possibilitar a pesquisa e a extensão, com condições favoráveis para divulgar mais ainda a história do Caldeirão.

A secretária esteve durante a semana em Fortaleza, no intuito de realizar parceria com o Museu do Ceará e levar à romaria para exposição, objetos que pertenceram ao beato José Lourenço, fundador e líder da comunidade. Dane destaca a importância do Caldeirão não apenas para o Ceará. "O Caldeirão é uma das marcas históricas do Ceará e do País", afirma.

Semelhança

Ela ressalta que, guardando as devidas proporções, a experiência vivenciada no Caldeirão da Santa Cruz do Deserto se assemelha ao que ocorreu em Canudos, liderada pelo beato Antônio Conselheiro. "Um exemplo de trabalho e fé, na primeira ecovila do Brasil, onde o lema era: ´aqui é de todos, e nada é de ninguém", completa.

O caminho que leva à Santa Cruz do Deserto é uma forma de reavivar na memória umas das pessoas experiências exitosas em comunidade rural, que terminou em tragédia e o sumiço de centenas de pessoas. Oficialmente cerca de 400 pessoas foram assassinadas. Extraoficial, mais de mil, com os ataques aéreos. A Chapada do Araripe viveu o dia tenebroso do questionável massacre do Caldeirão, inclusive por militares da época, do primeiro bombardeio aéreo do Brasil. O ataque partiu do Exército Brasileiro e da Polícia Militar do Estado do Ceará.

Festa católica se encerra na 2ª feira

Juazeiro do Norte. Mais de 80 mil pessoas deverão estar nas ruas deste município, durante a tarde desta segunda-feira, para o encerramento dos festejos alusivos à Nossa Senhora das Dores, padroeira da cidade, com uma grande procissão, às 17 horas. A festa foi iniciada no último dia 31 de agosto, com uma carreata pelas principais ruas da cidade. Na tarde de hoje, será a vez dos romeiros agradeceram à "Mãe das Dores" à recepção dos juazeirenses aos fiéis da santa. Por volta das 15 horas, os paus-de-arara, ônibus e carros de passeio saem em carreata, desde a entrada da cidade, na avenida Leão Sampaio, finalizando o percurso na Basílica de Nossa Senhora das Dores.

Mesmo a festa sendo iniciada há 15 dias, a movimentação passou a se intensificar apenas no último dia 10, com a abertura oficial da Romaria da Mãe das Dores. A estimativa da Secretaria de Cultura e Romaria é de mais de 400 mil romeiros, desde o começo da festa, estejam circulando pela cidade. A secretária Marly Bezerra afirma que neste ano, o processo de organização teve uma pequena mudança, principalmente relacionada ao setor de informações destinada aos visitantes.

A segurança deste ano foi reforçada novamente, principalmente nos locais de maior aglomeração de pessoas. São mais de 200 homens, da Polícia Militar, Guarda Municipal, Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), incluindo 80 que vieram reforçar o contingente, uma das grandes preocupações está voltada para minimizar a quantidade principalmente, dos pequenos assaltos.

De acordo com o pároco da Basílica, Joaquim Cláudio, por esse ano ser de eleições, normalmente comparece maior quantidade de romeiros. Muitos transportes acabam sendo financiados por candidatos. Ele afirma que com o ano político, há uma tendência de flexibilizarem a passagem dos veículos nos postos rodoviários. "Essa realidade não se manterá para as outras romarias e estamos realizando um trabalho no intuito de minimizar as apreensões dos romeiros", diz ele, mas atendendo os critérios necessários.

A orientação é que carros de campanha respeitem o momento da festa segundo o padre Joaquim, mas ele ressalta que infelizmente há as pessoas que acabam cometendo abusos.

Este ano, a programação contará com o lançamento do site institucional do Santuário. O novo meio de comunicação tem por finalidade contribuir na evangelização e informação aos milhares de fiéis e peregrinos que, anualmente, realizam romarias ao município. Durante a romaria, a segunda maior do ano, em Juazeiro do Norte, é aberto o calendário das grandes romarias. Em menos de dois meses, começa a maior delas, que acontece de 29 de outubro a 2 de novembro, do Dia de Finados.

A romaria da "Mãe das Dores" se caracteriza por ter um grande número de Alagoanos e Pernambucanos, mas há a presença de pessoas de vários estados brasileiros, principalmente da região Nordeste.

Mais informações:

Prefeitura Municipal
Secretaria de Cultura do Crato
Centro Cultural do Araripe, S/N
Crato - CE
Telefone: (88) 3523.2365

Fonte: Diário do Nordeste

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