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terça-feira, 15 de julho de 2014

Empresa usa hospital público em Juazeiro









O vereador Normando Sóracles levará a discussão à Câmara de Juazeiro (Foto: Arquivo/Agência Miséria)
A Prefeitura de Juazeiro do Norte, através da Secretaria de Saúde do Município, está arcando com os custos de lavagem de roupas hospitalares da empresa “Natuse Lavanderia Industrial”. A empresa, que tem contrato com o Município para lavar a roupa do Hospital São Lucas, utiliza do espaço, equipamentos e a água do hospital para fazer o mesmo serviço contratado junto a outras unidades hospitalares.

A denúncia é do vereador Normando Sóracles (PSL), que disse ter verificado “in loco” que a empresa usa o bem público para lavar roupas de outros hospitais como o Regional do Cariri e o Maria Amélia Bezerra. “Isso é um absurdo. Estamos pagando para que a empresa lave a roupa do São Lucas e ela utiliza nossos equipamentos e a água para cumprir com outros contratos. É preciso tomar providências e a Câmara não pode se calar,” disse Normando.

O vereador chama a atenção, ainda, para o fato de a administração do prefeito Raimundo Macedo estar pagando a empresa por aluguel de enxovais para recém- nascidos. O contrato da empresa não especifica como o serviço é feito, mas o vereador achou sem propósito a disponibilização e pagamento do serviço. “Quem aluga enxoval de criança? Nunca ouvi falar. Vai ter que explicar”, ressaltou Normando.

Na denúncia, o vereador apresentou notas fiscais e recibos que somados ultrapassam os R$ 450 mil pagos pelos serviços. Normando diz que já levou o caso à Câmara Municipal, mas nada foi feito. Agora, o vereador promete levá-lo novamente à Casa Legislativa. Caso não obtenha resposta, vai pedir que Ministério Público Estadual e Federal investigue a denúncia.

A equipe do Jornal do Cariri entrou em contato com o secretário Municipal da Saúde, Plácido Basílio, mas o mesmo afirmou que não falava sobre o assunto por telefone e, no momento, estava impossibilitado de receber, pessoalmente, a equipe de reportagem nesta segunda-feira (13), data de fechamento da edição. Segundo ressaltou, ele estava em reunião para discutir a Semana do Município de Juazeiro, que se inicia no próximo dia 18.

O diretor do Hospital São Lucas, Romualdo Lopes Cardoso, também, foi procurado para se pronunciar sobre as denúncias. Apesar de estar na mesma reunião de preparação da Semana do Município, ele nos falou, por telefone, que o caso já foi denunciado ao Ministério Público do Estado (MP-CE), pois o contrato da empresa tem data de assinatura ainda na gestão passada.

Quanto à locação dos enxovais, o diretor esclareceu que se trata de aluguel de rouparia, pois o hospital não dispõe de roupas para as camas. Segundo ele, toda a rouparia é terceirizada. Sobre a empresa lavar as roupas do Hospital Regional do Cariri, nas dependências do Hospital São Lucas, o diretor disse apenas não ter conhecimento.

Outro fato que chama a atenção na denúncia é que a sede da empresa, responsável pela lavagem e aluguel dos enxovais, tem o mesmo endereço do Hospital São Lucas. A referência é usada na emissão de notas e recibos emitidos à Prefeitura de Juazeiro.

Tentamos contato com a direção da empresa. Falamos com a coordenadora, identificada apenas por Iáscara, mas ela disse que não respondia pela empresa.

Fonte: Jornal do Cariri

Pâncreas artificial, que será testado em 2016, é esperança para diabéticos









Mulher usa protótipo de pâncreas bioartificial no Centro Europeu para o Estudo da Diabetes (CEED) (Foto: AFP Photo/Frederick Florin)
Um disco ultrafino de polímero, pouco maior do que um CD, implantado no abdômen poderia mudar a vida de milhões de diabéticos que dependem de insulina. O pâncreas bioartificial, desenvolvido por pesquisadores franceses, será testado pela primeira vez em humanos em 2016.

Com o dispositivo, os pacientes não terão mais de receber injeções diárias de insulina: o hormônio será fabricado naturalmente pelas células do pâncreas (obtidas por engenharia genética a partir de células-tronco), dispostas dentro do bolso artificial.

Este projeto, cuja aplicação em grande escala não deve ocorrer antes de 2020, "levanta muitas esperanças e expectativas" para 25 milhões de pessoas com diabetes do tipo 1 em todo o mundo, diz Séverine Sigrist, pesquisadora da start-up francesa Defymed, responsável pelo protótipo.

A ideia de um pâncreas bioartificial foi inspirada na técnica de transplante de células pancreáticas, destinadas a suprir a deficiência do pâncreas e fazer com que o organismo passe a fabricar a insulina por conta própria, regulando assim a quantidade de açúcar no sangue. O problema dessa técnica é que, com a escassez de células para transplante, ela só pode beneficiar uma pequena minoria de doentes. Ela também exige o tratamento com medicamentos imunossupressores, que trazem vários efeitos colaterais.

"Daí a ideia de projetar um tipo de uma pequena caixa dentro da qual seriam colocadas as células pancreáticas, para que elas fiquem abrigadas contra o ataque do sistema imunológico", diz Séverine.

O desafio foi projetar uma membrana semipermeável, que garanta tal proteção ao mesmo tempo em que permita a passagem da insulina e também dos açúcares, para que as células pancreáticas "saibam" o quanto de insulina devem produzir.

O disco de polímero será implantado no abdômen durante uma pequena cirurgia, e deve ser substituído a cada 4 ou 6 anos. No interior, as células pancreáticas serão renovadas, por meio de uma injeção subcutânea, a cada 6 ou 12 meses. Os pesquisadores observam que essa quantidade de injeções não tem nem comparação com o tanto de picadas que um paciente que depende de insulina tem que levar ao longo da vida.

20 anos de pesquisaO desenvolvimento dessa membrana levou mais de 20 anos de pesquisa e 6 milhões de euros. O valor corresponde ao imenso potencial econômico da inovação, estimado em 4 bilhões de dólares.

Depois de testes em animais, um estudo com 16 voluntários deverá começar no fim de 2015 ou início de 2016, em Montpellier, no sul da França e em Oxford, no Reino Unido. Os primeiros resultados devem estar disponíveis no final de 2017.

Se for bem-sucedido, o tratamento poderá libertar os diabéticos do "fardo" que representa o tratamento diário com insulina, diz o médico Michel Pinget, diretor do Centro Europeu para o Estudos da Diabetes (CEED), que lidera o projeto em Estrasburgo.

"Quando você é diabético, gosta de toda novidade que possa melhorar o cotidiano", diz Éric Dehling, presidente da associação Insulib, que reúne mais de uma centenda de pacientes do leste da França. Para ele, as novas tecnologias, como as canetas e as bombas de insulina, já melhoraram a vida dos diabéticos. Mas o pâncreas bioartificial permite que eles sonhem com uma "qualidade de vida ainda melhor".

Fonte: AFP

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